Depois que Hillary Clinton tentou cutucar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre a ampliação da Otan, o Kremlin revidou nesta quarta-feira, lembrando-a de uma gafe quando ela tentou “reiniciar” as relações com a Rússia com um botão erroneamente rotulado como “sobrecarga”.
Ao retornar ao Departamento de Estado para a inauguração de seu retrato oficial, Clinton disse sobre a ampliação da Otan: “Que pena, Vladimir. Você mesmo provocou isso”.
Questionado sobre as falas, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Clinton era conhecida na Rússia por suas tentativas de virar tudo de cabeça para baixo, mas principalmente por sua gafe de 2009, quando um botão simbólico criado para marcar uma “redefinição” dos laços entre os Estados Unidos e a Rússia foi rotulado como “sobrecarga” em russo.
“Está claro que esse provavelmente não foi um erro deliberado, mas muito revelador”, disse Peskov.
Na época da gafe de Clinton, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse a ela que o verbo russo usado pelos Estados Unidos estava incorreto, mas afirmou que o botão seria colocado em sua mesa.
“Provavelmente é necessário lembrar a Sra. Clinton das inúmeras ondas de expansão da Otan e da aproximação da infraestrutura militar da aliança às nossas fronteiras”, disse Peskov.
A Otan, criada em 1949 para fornecer segurança coletiva contra a União Soviética, foi ampliada após o colapso do bloco em 1991 com a inclusão de antigos países soviéticos e do Pacto de Varsóvia.
Ao lançar a invasão da Ucrânia em 2022, Putin listou seus principais objetivos como a interrupção da expansão da Otan para o leste e o fim do que ele chamou de “genocídio” de pessoas que falam russo por “nacionalistas e neonazistas” na Ucrânia desde a anexação da Crimeia por Moscou em 2014.
As ações de Putin estimularam a Finlândia, que compartilha uma longa fronteira com a Rússia, a aderir à Otan. A Suécia também pretende aderir.