A escolha por um outro investimento deve levar em conta diversos aspectos, emocionais e técnicos, e um dos mais relevantes para quem está começando é a liquidez. Você sabe o que significa liquidez dos investimentos?
Quando nos dedicamos a criar objetivos e encarar a missão de juntar dinheiro, surge a necessidade de elaborar uma estratégia de investimentos. Parece complicado? Chato? Pense nas seguintes perguntas:
- Quanto de risco você está disposto a correr para ver rentabilidades maiores?
- Se você precisar do dinheiro, vai conseguir ter acesso rapidamente, de um dia para o outro?
- Quanto você pode alocar pensando no futuro, sem tanta preocupação com a retirada?
- Renda fixa, renda variável, o que é melhor para você?
O início de todo planejamento financeiro deve ser simples e objetivo, ou seja, sem tantas questões complicadas e que possam confundir demais. Fato. No entanto, a dúvida sobre liquidez nos investimentos precisa ser sanada desde o início e vamos entender isso juntos.
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Liquidez nos investimentos: o que é isso?
Quando você faz um investimento, o dinheiro sai de sua conta corrente e aparece em um outro local ou mesmo app. O dinheiro não está mais disponível, pois agora foi convertido em cotas de um fundo, transformado em parte de um título ou coisa assim.
Como você faz para resgatar os recursos da aplicação? O básico que todo mundo conhece se parece muito com a movimentação de uma conta corrente, principalmente se considerarmos a caderneta de poupança como um exemplo. Você simplesmente vai lá, tira o dinheiro ou o transfere, certo?
Em casos assim como o da poupança, o dinheiro cai imediatamente e isso significa que a liquidez é alta. A liquidação acontece muito rapidamente. Acontece que a caderneta rende pouco e o dinheiro lá aplicado precisa fazer aniversário para ter rentabilidade.
Muitos investimentos conservadores oferecem liquidez elevada, mas baixo retorno e não há nada errado nisso. A questão é você entender que liquidez significa a facilidade de obtenção do dinheiro aplicado caso necessite dele.
Outro exemplo: se você optar por investir em um fundo de investimento multimercado, pode ser que a liquidez seja de 5 dias ou até mesmo 60 dias. O prospecto e a documentação do fundo mostram essa informação como parte dos detalhes do produto.
Na prática, isso significa que se você pedir o resgate do dinheiro, vai demorar de 5 a 60 e poucos dias para ele ficar disponível na sua conta para uso. Se você tiver passando por uma emergência, não será capaz de usar o dinheiro a tempo.
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Liquidez nos investimentos: diferença entre aplicações
Como você viu, a liquidez é um aspecto essencial que precisa ser conhecido antes de você realizar os aportes. Mais que isso, ele precisa ser analisado para que o investimento seja feito de forma adequada:
- Reserva de emergência requer liquidez elevada, um dia útil no máximo;
- Reserva de oportunidades requer liquidez elevada, um dia útil no máximo;
- Investir para o curto prazo (até um ano) requer liquidez variada, de 5 a 180 dias;
- Investir para o médio prazo (de um a três anos) requer liquidez variada, de 5 dias a 3 anos;
- Investir para o longo prazo (acima de três anos) requer liquidez variada, de 5 dias a 20, 30, 40 anos.
Os prazos citados acima não são uma regra. Não são nem mesmo um guia, mas uma referência para compreender que produtos financeiros têm diferentes prazos de vencimento e características de liquidez (resgate), e isso é ótimo pensando na diversificação da carteira.
O principal neste ponto é compreender que guardar dinheiro não pressupõe investir em apenas um produto financeiro de cada vez. Você pode e deve começar assim, simples e de Grão em Grão, mas aos poucos vai aprender que é a carteira que faz diferença pensando nos diversos objetivos.
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Liquidez nos investimentos: sua carteira
Pense na sua carreira enquanto investidor da seguinte forma: você começa juntando para um objetivo, depois passa a se organizar para mais metas e logo vai querer guardar dinheiro para muita coisa que pretende comprar e realizar.
Quando tudo isso vai acontecer? Algumas coisas, logo; outras, nem tanto; e poucas delas, talvez as mais complexas, ao longo de muitos anos de paciência, dedicação e aportes recorrentes. Ótimo, então estamos falando de um plano de investimentos, certo?
Na prática, você vai dividir sua jornada mais ou menos assim:
- Reserva de emergências: comece sempre por guardar para ter uma quantia financeira que oferece tranquilidade em caso de algum problema. Juntar dinheiro para a reserva de emergências deve ser o primeiro passo. Liquidez elevada aqui;
- Primeiros investimentos para o curto prazo: comece aportando em títulos com vencimento curto ou mesmo fundos de investimento e produtos com liquidez diária ou em no máximo cinco dias úteis;
- Demais investimentos considerando seus objetivos: com o tempo, você vai poder associar a escolha do produto de investimento ao seu objetivo. A aposentadoria, por exemplo, pode contar com investimentos de maior risco se você ainda for jovem, e a liquidez nem é tão importante assim pensando no que você deseja.
Sua carteira de investimentos será um conjunto de investimentos diferentes, com rentabilidades e liquidez também distintas. Parte do dinheiro está à sua disposição a qualquer momento; outra parte não. Parte está alocada em um investimento arrojado; a maior parte não.
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Conclusão
Compreender a liquidez nos investimentos como a disponibilidade do dinheiro em caso de necessidade é o jeito mais fácil de saber se a sua forma de guardar dinheiro condiz com a sua realidade financeira.
Muitos brasileiros acabam escolhendo investimentos arriscados, com boa liquidez, mas se esquecem de que a volatilidade pode fazer com que o patrimônio diminua antes de realmente crescer. Se precisarem do dinheiro antes do planejado, vão ter que realizar prejuízo.
Por isso, além de compreender o papel da liquidez e o que ela significa, é fundamental escolher os investimentos de acordo com a fase da vida, seus objetivos e perfil de risco. E sempre começar pela reserva de emergências.