A Câmara dos Deputados deverá avançar com discussões e deliberações visando a ampliação do uso de combustíveis renováveis no Brasil, incluindo o projeto de lei do Combustível do Futuro enviado pelo Poder Executivo, disse o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), durante evento do setor em São Paulo.
“No curto prazo, pretendemos avançar nas deliberações de matérias como o projeto lei que o presidente Lula enviou ao Congresso em setembro sobre o Combustível do Futuro. Pretendemos que seja um marco regulatório avançado para consolidar o espaço do etanol como combustível do futuro, juntamente com o biodiesel, além de impulsionar desenvolvimento do bioquerosene de aviação”, disse Lira, nesta segunda-feira.
Durante fala na 23ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, ele disse que a futura lei “deverá servir também para que de uma vez por todas se estabeleça balizamento adequado para a medição de eficiência dos combustíveis pelo seu potencial energético e pela sua pegada de carbono dentro da métrica e do conceito do poço à roda”.
Lira disse que outra matéria relevante se refere à legislação da transição energética com uso de hidrogênio de baixo carbono, que deverá ser elaborada neste semestre no âmbito da comissão especial instituída na Câmara dos Deputados.
“É importante criar condições para o desenvolvimento das mais variadas rotas de hidrogênio tendo em vista as variadas vocações nacionais na produção de insumos”, disse ele, lembrando do potencial de produção de hidrogênio a partir do etanol e seus subprodutos.
“Esta é uma das grande promessas para acelerar a nossa transição energética, pois o etanol é uma excelente fonte para ser convertida em hidrogênio e a partir daí alimentar veículos elétricos, inclusive os de carga”, completou.
No mesmo evento, o vice-presidente Geraldo Alckmin disse que o governo brasileiro vai trabalhar para elevar para até 30% a mistura de etanol anidro na gasolina, condicionada à constatação de sua viabilidade técnica, conforme consta no projeto Combustível do Futuro. Hoje a mistura está em 27%.
Alckmin afirmou ainda que Brasil vai elevar gradualmente a mistura de biodiesel no diesel, favorecendo a redução de importações de diesel pelo país.