O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou na manhã desta terça-feira sobre ações de cooperação em inteligência e segurança com o presidente Daniel Noboa, do Equador, país sul-americano que enfrenta uma crise de violência, informou o Palácio do Planalto em nota.
No telefonema, os dois concordaram que o combate ao crime organizado requer o fortalecimento da integração regional e a coordenação com países consumidores de drogas.
“Lula se solidarizou com o presidente Noboa e indicou a disposição do Brasil em ajudar o Equador, inclusive por meio de ações de cooperação em inteligência e segurança”, diz a nota, destacando que o Brasil atualmente ocupa a Secretaria Geral da Ameripol, organização regional que reúne 30 países para a cooperação e o intercâmbio de informações policiais.
“(Lula) ressaltou que a luta contra o crime organizado é também um desafio do Brasil, nos vários níveis de governo, agravado pela porosidade e extensão das fronteiras terrestres e marítima do país”, acrescenta o Planalto.
Noboa declarou, no começo de janeiro, estado de emergência com toque de recolher noturno por 60 dias após uma escalada da violência no país andino, e designou 22 gangues criminosas como grupos terroristas.
O aumento dramático da violência no Equador incluiu a invasão de uma emissora de TV, a tomada de 178 funcionários e agentes penitenciários como reféns pelos detentos e o sequestro de policiais.
O governo de Noboa atribui a deterioração da situação de segurança ao aumento do tráfico de drogas através do Equador, que faz fronteira com a Colômbia e o Peru, produtores de cocaína, e se tornou um importante ponto de embarque de drogas.
O Brasil também enfrenta problemas na área de segurança pública, principalmente quando se trata do crime organizado e do narcotráfico. No ano passado, Estados como Bahia e Rio de Janeiro protagonizaram situações críticas envolvendo gangues, facções e milícias.
Neste ano, a gestão federal da segurança pública passa por uma mudança, com a troca do comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que passa de Flávio Dino, futuro ministro do Supremo Tribunal Federal, para Ricardo Lewandowski, ex-ministro do STF.
Os dois iniciariam o processo de transição do comando do ministério da Justiça na tarde nesta terça-feira.