As pressões inflacionárias na zona do euro estão diminuindo mas o crescimento dos salários ainda é forte e as perspectivas são incertezas, portanto a luta do Banco Central Europeu para conter o aumento dos preços ainda não terminou, disse nesta segunda-feira a presidente do BCE, Christine Lagarde.
O BCE elevou os juros para um recorde de 4% neste ano para interromper o aumento dos preços, mas sinalizou estabilidade da política monetária para os próximos trimestres e os mercados começaram a se posicionar para o primeiro corte nos juros, com um movimento visto já em abril ou junho.
“Este não é o momento de começar a declarar vitória”, disse Lagarde em uma reunião de parlamentares da UE em Bruxelas. “Precisamos permanecer atentos às diferentes forças que afetam a inflação e firmemente focados em nosso mandato de estabilidade de preços.”
Lagarde disse que espera que o enfraquecimento das pressões inflacionárias continue, mas que a inflação pode voltar a acelerar nos próximos meses e que a perspectiva de médio prazo está cercada de “incerteza considerável”.
Os juros elevados, o crescimento fraco e um certo abrandamento do mercado de trabalho ajudarão o BCE a reduzir a inflação para 2%, argumentou Lagarde.
Mas o crescimento dos salários ainda é rápido, mesmo que a remuneração dos trabalhadores esteja apenas se recuperando, e a economia se fortalecerá nos próximos anos, acrescentou ela.
Com relação à política monetária, Lagarde apenas repetiu a orientação padrão do BCE de que as taxas de juros atuais, mantidas por “tempo suficientemente longo”, ajudarão a restaurar a estabilidade de preços.
Ela acrescentou que as novas projeções da equipe, previstas para dezembro e que pela primeira vez incluirão números para 2026, também serão fundamentais.