Os traders poderão “brincar” com um corte de 0,75% na Selic nas reuniões do Copom em dezembro ou fevereiro de 2024. avalia a Nova Futura Investimentos.
A análise vem após a publicação do IPCA-15, que desacelerou ligeiramente a alta em outubro, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice avançou 0,21% neste mês, arrefecendo ante o avanço de 0,35% visto em setembro, e ficando praticamente em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,20%.
Com isso, o IPCA-15 passou a acumular nos 12 meses até outubro avanço de 5,05%, contra 5,00% no mês anterior e projeção de analistas de 5,04%.
Segundo o economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, a abertura dos dados do índice mostra uma forte deflação em alimentos, industriais praticamente no zero a zero e serviços acelerando para 0,63% (5,41% a/a), o que poderia suscitar preocupação.
Já os serviços subjacentes, a qual são o foco primordial do Banco Central, recuaram para 0,14%, mínima desde outubro de 2020, somando 4,88% em 12 meses, sendo números bastante baixos.
“Nesse primeiro olhar continuamos com a nossa visão de um cenário de desinflação consistente, visão reforçada pelos bons resultados de hoje na inflação, serviços subjacentes e na média da inflação dos núcleos”, avalia Rafael Costa, analista e integrante do time de estratégia macro da BGC Liquidez.
Selic
“Copom pode seguir tranquilo com 0,50% até o fim do ano. Acho que o mercado pode brincar com 0,75% em dez/23 ou fev/24, mas sigo na opinião que não é uma opção”, avalia Borsoi.
O BC já cortou sua taxa de juros em 1 ponto percentual no acumulado das duas últimas reuniões, a 12,75%, e indicou que cogita reduzir as expectativas para a inflação por meio de uma atuação firme. Apesar do atual ciclo de afrouxamento monetário, a Selic deve continuar em patamar restritivo à economia por um bom tempo.
O BC já avaliou ser pouco provável intensificar os cortes na Selic à frente, com a maioria dos mercados apostando em mais um corte de 0,50 ponto percentual nos juros na reunião do Copom na próxima semana, nos dias 31 de outubro e 1° de novembro.
IPCA-15
(Com Reuters)