Nesse artigo gostaríamos de expor porque nos mantemos otimistas com relação à performance dos mercados de risco, principalmente para o cenário local. Nossa percepção maior é que os fluxos canalizados para ações devem crescer nos próximos meses e trimestres, fundado nas seguintes premissas:
1. O quadro que se apresenta para a economia brasileira nos próximos meses e para o ano de 2013 é bem mais positivo do que o vivenciado ao longo do primeiro semestre de 2012. Isso parte do fato de que governo e Banco Central tomaram decisões importantes de desoneração fiscal e trabalhista, reduziram juros, estão estimulando investimentos em infraestrutura, reduziram depósitos compulsórios e estão conseguindo retirar parte da volatilidade do câmbio, aspectos que reduzem a aversão ao risco.
2. De outra feita, devemos ter presente que o ambiente democrático está maduro. Respeitamos contratos e possuímos empresas competitivas internacionalmente, que devem ter parte de sua rentabilidade recomposta pela melhora do cenário local e internacional. Adicionalmente, nosso mercado de capitais tem arcabouço legal atualizado e nada deixa a desejar em relação aos mercados de economias mais desenvolvidas.
3. Como consequência disso, o país está permanentemente no radar dos investidores internacionais e isso tem carreado fluxos de recursos para investimentos diretos e também na Bovespa. As estatísticas desse ano na Bovespa estão completamente afetadas por operações de fechamento de capital (somente em Redecard os estrangeiros retiraram R$ 6,2 bilhões) – excluído esse efeito, produziria fluxo positivo até setembro de R$ 5,0 bilhões. Não vemos razões para esses fluxos serem repatriados e devem ser reciclados em outras alternativas de investimentos. Já os investimentos externos diretos tem previsão de ingresso em 2012 de US$ 57 bilhões e ajudam a compor esse cenário.
4. Com a estrutura da taxa de juros em queda, todos os investidores terão que assumir parcela maior de risco em mercados de renda variável, isso se quiserem obter remuneração maior para suas aplicações. Os investidores institucionais que têm que cumprir planos atuariais terão que destinar maior volume de recursos para renda variável.
Situação semelhante deve ocorrer para os investidores individuais (pessoas físicas) que tem manifestado insatisfação com o rendimento produzido pela renda fixa. Na medida em que consigam sair do imobilismo e tranquilidade da renda fixa, os fundos multimercados e fundos de ações devem continuar a acumular fluxos positivos.
5. Além disso, devemos considerar ainda alguma reciclagem e redimensionamento das carteiras de ações geridas, como decorrência da mudança de prioridade. Setores ligados ao segmento de infraestrutura podem ser beneficiados, ao mesmo tempo em que podemos intuir alterações em outros segmentos como o bancário e energia, depois das mudanças produzidas pelo governo e pressões sobre tarifas e juros.
Cabe lembrar que, em última análise, o que movimenta os mercados é exatamente os fluxos carreados – e esses fluxos vão encontrar empresas e setores depreciados relativamente a outros mercados comparáveis, conforme estudos produzidos por investidores estrangeiros.
Quando isso ocorrerá com mais força? Quando reduzir a aversão ao risco nos mercados internacionais e quando a situação da crise europeia estiver melhor definida.
Esta análise foi feita pela Órama com exclusividade para o Dinheirama. Para conhecer mais sobre a Órama e Fundos de Investimento acesse www.orama.com.br/fundos-investimento.