A recente eleição do candidato libertário Javier Milei à presidência da Argentina trouxe uma série de expectativas e incertezas para a economia do país sul-americano. Embora Milei tenha inicialmente adotado uma postura pouco convencional, defendendo a dolarização da economia, parece ter adotado uma abordagem mais moderada após a vitória, nomeando tecnocratas para seu gabinete.
O banco Wells Fargo observa que, a longo prazo, a agenda de Milei, incluindo a redução da despesa fiscal e políticas favoráveis às empresas, pode ser benéfica para a Argentina.
Entretanto, no curto prazo, a situação financeira argentina é desafiadora. O país esgotou suas reservas cambiais e enfrenta limitações para manter seu regime de taxa de câmbio flutuante.
Desempenho do peso argentino nos últimos 3 meses
Desvalorização
O banco prevê uma desvalorização adicional do peso argentino, estimando inicialmente em 20%, mas alertando que os riscos apontam para uma depreciação mais acentuada. A taxa de câmbio não oficial já é consideravelmente mais fraca do que a taxa impulsionada pelo mercado.
O economista-chefe do Wells Fargo, Jay H. Bryson, enfatiza que a possibilidade de uma desvalorização mais expressiva do peso aumenta se Milei optar por remover completamente os controles de capital e as restrições à compra de dólares.
Sob essa premissa, a taxa de câmbio USD/ARS pode atingir ARS 1000 até o final de 2023 ou no início de 2024, considerando uma projeção atual de ARS 750 até o final deste ano e ARS 1750 até o final do próximo ano.
A situação na Argentina continua a evoluir, e as escolhas políticas de Milei terão impactos significativos no destino da economia do país nos próximos meses.