A ministra de Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse nesta quinta-feira torcer para que o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump não volte à Casa Branca, afirmando que ele representa um risco para os esforços globais de preservação do meio ambiente e combate às mudanças climáticas.
“O mundo inteiro corre o risco de a visão negacionista prevalecer, na contramão dos esforços que precisam ser feitos referentes à mudança do clima“, disse Marina em entrevista a jornalistas após participar de evento no Rio de Janeiro, ao ser questionada se a eleição de Trump representaria um risco para os esforços globais de preservação do meio ambiente.
“Obviamente que espero e torço para que o povo americano mantenha o caminho do compromisso com o enfrentamento da mudança climática. Obviamente a pessoa que vai fazer isso não vai ser o Trump”, acrescentou.
Trump deve ser o candidato do Partido Republicano nas eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos, depois que sua última adversária dentro da legenda, Nikki Haley, abandonou a disputa nesta semana após uma série de derrotas em disputas prévias.
O adversário na votação nacional deve ser mais uma vez o democrata Joe Biden, atual presidente dos Estados Unidos e vencedor da última eleição contra o republicano.
Sob o governo Biden, os Estados Unidos anunciaram um investimento de 500 milhões de dólares no Fundo Amazônia para medidas de preservação da floresta no Brasil, uma vez que o presidente fez do combate às mudanças climáticas uma de suas principais prioridades políticas.
Na entrevista desta quinta-feira, Marina voltou a defender que os países mais ricos devem ter um compromisso maior com a preservação do meio ambiente e o combate às mudanças climáticas, uma vez que foram os principais responsáveis pelas alterações no clima ao longo das décadas.
A ministra também manifestou preocupação com o aumento do desmatamento do Cerrado, que em 2023 registrou aumento de mais de 20% ante 2022.
Segundo ela, nos primeiros meses de 2024 houve uma queda de 4% do desmatamento do bioma, mas a queda ainda não representa uma tendência.
“Temos planos de prevenção e controle do desmatamento no Cerrado e já estão sendo implementados, e nesses primeiros meses já tivemos uma queda de 4%, muito pequena para dizer que é uma tendência de queda, mas trabalhamos com afinco“, afirmou.