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O conhecimento dentro da competência

por Bernadette Vilhena
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O conhecimento dentro da competênciaContinuo nossa conversa sobre competência e sua importância no mercado de trabalho iniciada no artigo “Competência e sua importância no mercado de trabalho”. O conceito explorado foi trazido da psicossociologia francesa da década de 70, onde competência é concebida como a intercessão entre conhecimento, habilidade e atitude – o conhecido C. H. A.. Dentro dessa linha, as empresas atualmente buscam profissionais que saibam fazer, mas que também queiram fazer.

Deixei uma proposta para o leitor de um pequeno exercício de autoconhecimento para avaliar como está o nível de empregabilidade a partir das três dimensões que compõem a competência. Difícil pensar em si mesmo, não é? Sei que é bem mais fácil enxergar as competências e imperfeições alheias… Mas, avaliar o colega de trabalho não colabora muito no crescimento profissional[bb] de cada um de nós!

Vamos lá, aceite o desafio: é hora de olhar para si, encarar suas limitações, concentrar energia nos pontos fortes e buscar as mudanças! Afinal, ninguém melhor do que você para trabalhar seu universo pessoal, suas qualidades e defeitos. Pois é, não é nada fácil. Vou ajudá-lo detalhando o conceito de competência.

Competência!

Dentro das três dimensões que compõem a competência temos o conhecimento. É óbvio que ele é imprescindível, base para o desenvolvimento humano, mas o que é o conhecimento? Os pesquisadores franceses Jacques Leplat e Maurice Montmollin falam que o conhecimento é o conjunto estabilizado de saberes, conjunto de raciocínios que podem ser mobilizados sem uma nova aprendizagem – uma estrutura disponível para o cumprimento de tarefas.

Para ser competente no trabalho, você precisa ter uma bagagem de conhecimentos que atenda às demandas da sua atividade, que estejam prontos para serem utilizados a qualquer momento e que sejam base para a produção de novos conhecimentos. Em caráter meramente didático, divido esses conhecimentos em:

  • Conhecimentos constituídos: aqueles adquiridos nas instituições formais de ensino, oriundos das ciências exatas, humanas, biológicas e técnicas. Conhecimentos presentes em livros, revistas, internet etc.;
  • Conhecimentos “experenciais”: aqueles adquiridos no decorrer da atividade de trabalho e no cotidiano. É resultado da ação, das experiências pessoais de cada indivíduo no dia-a-dia da empresa, dos estágios e da vida pessoal;
  • Conhecimento de si mesmo: base para toda orientação vocacional e descoberta do potencial pessoal em qualquer etapa da vida. Quanto mais conhecimento eu tiver sobre mim mesmo (a), mais capacidade terei de traçar metas e realizá-las.

A reunião desses conhecimentos promove o aumento do nível de empregabilidade, já que dependemos de um ótimo portifólio para manter nosso emprego[bb], procurar uma nova colocação no mercado ou sermos trabalhadores e trabalhadoras independentes, donos do próprio nariz (ou negócio, se você preferir).

Aliás, falando em empresas e negócio próprio, o IBGE apontou essa tendência de alta através de uma pesquisa com dados do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, demonstrando que, de 2000 a 2006, o número de companhias aumentou de 3,7 milhões para 5,1 milhões (reportagem da revista Galileu, julho 2009, editora Globo). Ponto para o empreendedorismo brasileiro!

O conhecimento e o mercado de trabalho
O crescimento do número de pessoas com o curso de graduação traz uma nova situação: ter um diploma não é mais o único diferencial competitivo no mercado de trabalho – cada vez mais ele se torna um item básico! As empresas focam sua atenção nos indivíduos com mais qualificações e que agreguem valor ao processo produtivo, como os cursos de extensão, cursos de reciclagem e de idiomas.

Assim, cabe a cada um cuidar de seu itinerário profissional. O investimento constante em conhecimento profissional tem um impacto positivo nessa construção. Os conhecimentos “experenciais” podem ser enriquecidos através de trabalho voluntário e em estágios extracurriculares, por exemplo. O autoconhecimento, ou seja, a capacidade que cada um de nós possui de autoanálise e autoconfrontação acelera o processo de amadurecimento.

Sobre isso a professora da Universidade da Califórnia, Eleanor Rosch alerta sobre a importância do autoconhecimento quando salienta que “a maioria dos indivíduos passa a vida imerso em conhecimentos analíticos e não conhece a si mesmo; a consequência disso é uma ação sem vínculo com o todo”.

A empresa e construção do conhecimento
Nesse movimento pela busca do conhecimento não podemos esquecer da importância que a empresa tem na construção dos saberes de seus colaboradores. Ela precisa, além das suas funções gerenciais[bb] básicas, criar melhores condições para o desenvolvimento profissional e pessoal dos seus funcionários.

O investimento na formação profissional e pessoal não deveria se limitar muitas vezes aos programas de treinamento e às SIPATs, mas ser uma meta de todo gestor. A utilização do espaço empresarial para o desenvolvimento integral do ser humano traz ganhos significativos para o clima organizacional gerando maior produtividade, menos doenças psicossomáticas e inevitavelmente aumento do lucro.

Felizmente, muitas organizações já atendem à essas exigências da chamada Era do Conhecimento! Sintetizando, é importante saber que o conhecimento está à disposição de todos e é ponto de partida para um posicionamento crítico e contextualizado na sociedade – deixá-lo para depois é uma decisão perigosa e altamente excludente! A lógica da empregabilidade passa pela capacidade de constante aprimoramento pessoal e profissional. Assim:

  • Qual o último livro que você leu?
  • Domina os conhecimentos básicos da sua profissão?
  • Quais são os conhecimentos indispensáveis mobilizados para executar sua atividade de trabalho?
  • Busca conhecimentos financeiros para melhor gerir seu salário?
  • Você pensa em fazer um estágio extracurricular?
  • Durante seu estágio, como foi seu desempenho nas tarefas?
  • Tem um projeto pessoal de vida?
  • Você está satisfeito com a carreira que escolheu?
  • Você sabe quais são seus pontos fortes e fracos?

Ao responder essas questões você será capaz de preencher o círculo do conhecimento e no próximo artigo continuaremos “saboreando esse C.H.A.”! Um conselho: Busque a alegria e o prazer pela busca do conhecimento. Tente aprender algo novo essa semana! Afinal, já ensinava o educador Paulo Freire que somos seres inacabados e em constante construção!

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Bernadette Vilhena é pedagoga empresarial, consultora em diversas instâncias da prática educativa nas empresas. Especialista em Gestão de Pessoas e estudos nas áreas de Ergologia, Gestão do Conhecimento e Educação no trabalho.

Crédito da foto para stock.xchng.

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