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O Índice P/L (Preço por Lucro) – Parte I

por Ricardo Pereira
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O índice P/LÉ comum recebermos e-mails de leitores com a seguinte pergunta: como saber se o preço de uma determinada ação está alto ou baixo? Como saber se a ação está mesmo barata? Já abordamos por aqui o básico sobre as análises fundamentalista e técnica (grafista), mas como podemos colocar em prática o que aprendemos?

André Motta, fundador do blog Trader Sem Mistérios e nosso colaborador, já escreveu um artigo no Dinheirama sobre a arte de precificar ações (valuation) e explicou alguns de seus indicadores mais importantes. Seu artigo é bastante didático e completo, ainda que não seja extenso do ponto de vista técnico.

Para facilitar o entendimento, tendo como foco principal o investidor[bb] comum (aquele que não possui acessos a relatórios exclusivos e nem tem tanto tempo para vasculhar a internet à procura de muitas informações), vamos tratar hoje de um dos principais índices da análise fundamentalista: o índice P/L (Preço por Lucro).

Definição
O índice P/L apura a razão preço por lucro de uma empresa. O preço é sempre o valor por ação que está listado na Bolsa. Lucro é o ganho por ação, ou seja, o lucro líquido da empresa dividido pelo número total de ações.

Um exemplo simples: suponha que a empresa XYZ tem ações cotadas na Bolsa a R$ 20 por ação e possui um lucro projetado, anualmente, de R$ 4 por ação. Para encontrarmos o índice P/L montamos a seguinte regra:

P/L = 20/4 = 5

O número resultante do cálculo, neste caso 5, demonstra que o acionista teria de volta, em 5 anos, o valor investido naquela ação. O índice representa a capacidade de gerar lucros para seus acionistas e é usado para precificar seu potencial diante de seu setor. É preciso lembrar que alguns cuidados precisam ser observados quando pensamos nos parâmetros dos cálculos:

  • Use sempre o preço mais recente da ação, de preferência do último fechamento;
  • O lucro deve ser o ganho por ação projetado para o fim do ano corrente. Por isso a importância das reuniões entre gestores e acionistas.

Também cabe frisar que o índice P/L deve ser usado como um comparativo entre diversas empresas. Se analisado sozinho, sua eficácia é duvidosa, já que não há ponto de referência para saber se o tempo de retorno do investimento é mais interessante que a de outras concorrentes.

A Revista InvestMais de julho, em matéria assinada pelo especialista Carlos Martins, destaca ainda que:

  1. O cálculo de retorno é feito sob a afirmativa de que todo o lucro é do acionista. Na prática, apenas um percentual dele vai para as mãos do acionista;
  2. Admite-se que o lucro da empresa será constante. Obviamente, isso pode ou não ocorrer;
  3. Não é considerado o efeito da inflação.

Uma importante ressalva: como o índice P/L baseia-se nos lucros para relatar o prazo de retorno do capital investido, ele só pode ser calculado para empresas que operam no azul, isto é, empresas que estejam auferindo lucros – e não prejuízos. O entendimento deste índice é muito importante para a correta análise das empresas no mercado de ações[bb].

Termina aqui a primeira parte do artigo. Voltarei a escrever sobre o assunto na quarta-feira, dia 30/07. Lá discutiremos mais alguns exemplos práticos e a interpretação do resultado dado pelo índice. Bom final de semana.

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Ricardo Pereira é consultor financeiro, trabalhou no Banco de Investimentos Credit Suisse First Boston e edita a seção de Economia do Dinheirama.
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Crédito da foto para stock.xchng.

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