Meire comenta: “Navarro, estou a ponto de enlouquecer aqui em casa com a nossa vida financeira. Há alguns meses eu tenho tentado controlar o dinheiro da família, mas meu marido gasta, meus filhos gastam e ninguém registra nada. Sem este controle não consigo manter a ordem e termino cedendo também por falta de motivação. Tem alguma dica para mim? Obrigada“.
O desafio de cuidar bem das finanças da casa é o desafio de muitas famílias! Realizar um orçamento doméstico inteligente, que faça sentido, é importantíssimo, mas como conseguir mostrar a todos a importância desse controle?
Sem planejamento, sem resultados
Quando alguém cria uma empresa, ela tem objetivos a serem alcançados. Muitas pesquisas e planos são feitos e, dependendo do tamanho da empresa, outras pessoas serão convidadas a participar do projeto, seja como sócios ou como empregados.
Independente disso, todos precisam conhecer os objetivos da empresa para desempenhar as suas tarefas de tal forma a alcançá-los. Na medida em que a empresa vai amadurecendo suas operações, novos planejamentos são feitos e alguns ajustes executados, sempre visando atingir novos objetivos.
Na nossa vida familiar deveria ocorrer a mesma coisa. É de fundamental importância que as famílias estabeleçam seus objetivos (melhor educação para os filhos, uma casa própria, uma viagem, um carro, recursos para aposentadoria e etc.) e façam um planejamento para alcançá-los.
Se isso não acontecer, os resultados não serão alcançados e a frustração será enorme. Algumas vezes, o resultado até aparece, mas de forma desordenada, deixando alguns felizes e outros frustrados.
Leitura recomendada: Planejamento financeiro: 5 etapas para mudar sua vida de forma definitiva
Orçamento participativo
Parece coisa de livro de faculdade, mas o nome do que estamos discutindo é orçamento participativo familiar. Este é o melhor método para que todos os familiares compreendam quais são as prioridades da família e qual é o papel de cada um para que os objetivos de todos sejam alcançados.
O principal instrumento para criar um orçamento participativo é o diálogo. Assim como as empresas fazem reuniões para lançarem ou avançarem com seus projetos, é importante que a família também estabeleça momentos frequentes de diálogo sobre o andamento das finanças e do orçamento.
Cada membro tem suas próprias necessidades e desejos, e a priorização de cada caso deve ser feita em comum acordo, nessas reuniões.
Se um membro da família faz constantes exigências (como um filho querendo um carro, uma viagem ou algo similar), ele precisa ser orientado de forma bem simples: quanto maior for a exigência, maior deve ser sua participação na montagem/cuidado com o orçamento e também sua colaboração para diminuir os custos e, claro, também gerar renda.
Respeitar as diferenças
É muito comum surgirem discussões (algumas vezes acaloradas) nessas reuniões de orçamento familiar. Isso ocorre porque há um conflito de interesses típico e comum (toda reunião de duas ou mais pessoas tem isso), em que cada um tenta defender aquilo que é importante para si.
O orçamento participativo deve contemplar estas diferenças, mas sempre obedecendo a renda familiar e os valores definidos pelos líderes da casa, que são os pais. Liderança, essa palavra é importante e precisa ser traduzida em ações efetivas no cuidado com o dinheiro.
Juntos, elejam também um líder maior (o pai ou a mãe, dependendo das habilidades de cada um em relação ao tema), para que este tenha condições de dar a última palavra nos momentos de impasse, bem como mostrar o caminho diante de dificuldades maiores.
Caso haja um bom alinhamento entre marido e mulher, melhor ainda, pois os filhos irão perceber isso e não tentarão nenhum tipo de manipulação ou chantagem (aquela história do pai deixar, mas sem a mãe saber é um perigo para o equilíbrio do lar).
Ferramenta recomendada: Planilha gratuita de controle financeiro e orçamento familiar
Conclusão
Uma família unida em amor e propósitos é uma família capaz de conquistar muitos objetivos e realizar muitos sonhos. O maior combustível dessa união deve ser o amor, o carinho e o respeito de uns pelos outros.
Nunca se esqueça de que o dinheiro é apenas um instrumento, não o fim ou o propósito em si. São nossas atitudes e emoções que farão com que ele se transforme em uma ferramenta para somar na harmonia e qualidade de vida da família.
Pense nisso e seja um agente colaborativo dentro de sua casa, promovendo a prosperidade em todos os aspectos. Os resultados vão ecoar por toda a vida! Experimente!
Foto “family budget”, Shutterstock.