O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta segunda-feira que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva focará seus esforços no Congresso neste ano em não permitir um desarranjo das contas públicas, reconhecendo as dificuldades de aprovar medidas no Legislativo em ano eleitoral.
Em entrevista à GloboNews, Padilha ainda defendeu que a agenda legislativa apresentada pelo Executivo e a centralidade de suas prioridades consideram a realidade encontrada tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado por se tratarem de medidas “compartilhadas para reconstruir o país”.
“O nosso centro nesse primeiro semestre, sabendo que é um ano mais curto, é garantir a saúde das contas públicas, esse esforço do reequilíbrio orçamentário”, disse.
O ministro apontou que o governo pretende apresentar neste ano projetos de lei para a regulamentação da reforma tributária, aprovada no ano passado, mas que não há expectativa de que se aprove tudo em 2024, devido a um “período curto” por conta das eleições municipais no segundo semestre.
No entanto, ele disse esperar que se mantenha a alta aprovação de medidas de iniciativa do Executivo no Congresso e indicou que o governo espera a continuação da trajetória de queda da taxa Selic, no momento em 11,25%.
“Acredito que vamos repetir isso, com mediação e com negociação. A gente encaminha propostas para o Congresso e tem que negociar o tempo todo”, afirmou.
Padilha também indicou que um outro foco importante para o governo neste ano será garantir que os benefícios das medidas aprovadas em 2023 estejam chegando à população
Questionado sobre a recente queda na aprovação do presidente Lula, apontada em uma série de pesquisas neste mês, Padilha disse ser necessário “atenção” e “cuidado” ao se analisar essa “fotografia do momento”.
“Tem um fotografia do momento dessas pesquisa que mostra oscilação em alguns segmentos importantes… Temos que olhar com cuidado, com atenção, não negar que ela existe, mas não perder o filme como um todo.”
No início deste mês, uma pesquisa Genial/Quaest mostrou uma queda na aprovação do desempenho de Lula, atingindo 51% em fevereiro, ante 54% em dezembro. No levantamento da AtlasIntel, também divulgado em março, o recuo na aprovação do presidente foi ainda maior, de 52% em janeiro para 47% no momento.