O Egito quer ver a Autoridade Palestina governar Gaza, mas é muito cedo para discutir detalhes dos preparativos para o futuro do enclave, disse o ministro egípcio das Relações Exteriores, Sameh Shoukry, em Washington, nesta quinta-feira, antes de uma reunião na sexta-feira entre os principais diplomatas de Estados árabes e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.
Washington tem pressionado os vizinhos árabes de Israel a participarem de negociações sobre como Gaza será administrada se Israel tiver sucesso no seu objetivo de eliminar o Hamas, que governa o enclave desde 2005.
Israel lançou operações aéreas e terrestres em Gaza depois que militantes do Hamas mataram 1.200 pessoas e fizeram 240 reféns em 7 de outubro.
Shoukry, reiterando os apelos dos líderes árabes por um cessar-fogo imediato, disse que a administração de Gaza cabe ao povo palestino.
A Autoridade Palestina e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) são os representantes legítimos do povo palestino e “deveriam ter a capacidade de governar tanto a Cisjordânia quanto Gaza”, disse Shoukry durante um evento no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington.
Era prematuro discutir detalhes da futura gestão de Gaza, uma vez que o resultado da campanha militar de Israel é incerto, disse ele.
“Penso que temos de esperar e ver quais são as consequências desta operação militar e das condições que existem em Gaza e depois proceder à abordagem das relações políticas”, disse. “Eu gostaria de ter visto um cessar-fogo ontem, na verdade, há 60 dias”, acrescentou Shoukry.