Home Economia e Política Parte do Copom vê afrouxamento mais lento nos juros se incerteza permanecer, mostra ata

Parte do Copom vê afrouxamento mais lento nos juros se incerteza permanecer, mostra ata

Na ata, o BC reafirmou que seu cenário base para a política monetária não se alterou substancialmente, mas, diante das incertezas, considerou apropriado ter maior flexibilidade para suas decisões

by Reuters
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Alguns componentes do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avaliam que pode ser necessária uma redução no ritmo de cortes dos juros básicos caso as incertezas se mantenham elevadas à frente, mostrou a ata da última reunião do colegiado.

“Alguns membros argumentaram ainda que, se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de distensão monetária pode revelar-se apropriado, para qualquer taxa terminal que se deseje atingir”, informou o BC no documento.

No documento divulgado nesta terça-feira, o Copom reiterou que sua diretoria antevê redução de 0,50 ponto percentual na Selic apenas “na próxima reunião”, não mais “nas próximas reuniões”, como vinha afirmando em reuniões anteriores.

Na última quarta-feira, o Copom anunciou a sexta redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 10,75% ao ano, e encurtou sua indicação sobre cortes futuros ao citar uma ampliação de incertezas.

O encurtamento da orientação futura de cortes, associado à apresentação do cenário mais incerto, foi interpretado por analistas como uma comunicação mais dura do BC, o que influenciou uma elevação de juros futuros no dia seguinte à reunião.

Na ata, o BC reafirmou que seu cenário base para a política monetária não se alterou substancialmente, mas, diante das incertezas, considerou apropriado ter maior flexibilidade para suas decisões.

“Ainda que a comunicação já contivesse uma condicionalidade embutida, avaliou-se que não trazia a flexibilidade requerida. Além disso, argumentou-se que uma retirada tardia, possivelmente vista como uma promessa não cumprida, deveria ser evitada”, afirmou.

De acordo com o documento, o Comitê unanimemente concluiu que o cenário mais incerto reduzia o benefício da sinalização futura e elevava seus custos, reforçando que a alteração na comunicação “se dava por uma mudança na incerteza e não no cenário base”.

“Tal alteração reflete tão somente uma análise de custo-benefício da utilização desse instrumento adicional de política monetária”, disse, destacando que seria um equívoco interpretar a mudança na sinalização como uma indicação de alteração do ciclo de política monetária compatível com o cenário base.

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