A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira uma operação tendo como alvo alguns dos principais auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo o general Walter Braga Netto, ex-ministro e ex-candidato a vice-presidente da chapa de Bolsonaro, e os ex-ministros da Defesa, Paulo Nogueira Batista, e Justiça, Anderson Torres, disseram à Reuters fontes envolvidas na operação.
Também estão entre os alvos o ex-assessor especial de Bolsonaro Filipe Martins, alvo de prisão preventiva. Outros dois militares de forças especiais também foram alvo de prisão, segundo as fontes.
Ao todo, a PF cumpre quatro mandados de prisão preventiva, 48 medidas cautelares e 33 mandatos de busca e apreensão.
Os alvos são acusados de participação em “organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder”.
A Reuters tentou contato com os alvos da operação ou sua defesa mas não obteve resposta imediatamente.
“O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022”, informou a nota da PF.
“O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível”, continou.
Segundo a polícia, o Exército acompanha o cumprimento de alguns mandados.