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Por um 2015 Melhor que 2014: Economia, Política e Mundo Corporativo

by Plataforma Brasil
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Por Gustavo Chierighini, fundador da Plataforma Brasil Editorial.

Caro leitor, quando 2014 se iniciou, escutei de muita gente que seria o ano que “não aconteceria”. Não era para menos: economia capengando, eleição presidencial, Mundial de Futebol com obras de infraestrutura pela metade, ou seja, um quadro bem previsível de soma zero.

Somando ao quadro desolador pintado para o ano passado a carga de paciência geral indo para o ralo e pronto, um diagnóstico precipitado surgiu com a mesma velocidade em que defesas ideológicas de campanha são abandonadas à luz da realidade que se impõe.

Mas a verdade é que 2014 aconteceu, e não foi pouca coisa. A economia causando arrepios e novas emoções a cada semana, um campeonato de futebol tomado de desabafos e uma campanha presidencial arrepiante jamais resultariam em marasmo e sono.

Pelo contrário, o que se viu foram nervos a flor da pele, ansiedade pelo futuro e a velha e incessante luta pela sobrevivência do setor produtivo, sempre estigmatizado, taxado e freado pela nossa masmorra burocrática. Convenhamos, não se pode dizer que um ano assim não foi vivido. Afinal de contas, a vida é assim mesmo, difícil e prodigiosa, agradável e suada.

Por um 2015 melhor que 2014: economia, política e mundo corporativo

Para não cometermos os mesmos erros que em 2014, proponho iniciarmos 2015 com alguns votos. Vamos lá.

Votos para 2015 no mundo corporativo

  • Que de uma vez por todas o mundo corporativo se divorcie das modinhas cosméticas de gestão e passe a fazer piada das suas certezas absolutas;
  • Que empreendedores, gestores e avaliadores de pessoal estejam vacinados contra os desempenhos cênicos e a oratória de profissionais performáticos, e no lugar disso valorizem a lógica dos argumentos, a execução concreta, a disciplina e a capacidade comprovada de realização;
  • Que as empresas abandonem a instabilidade como cultura permanente e passem a entendê-la como um problema a ser resolvido (e não como uma solução ou qualidade sem nexo algum). Em consequência, nunca mais serão escutadas em uma reunião ou encontro de negócios expressões do tipo “Sou um cara movido por mudanças”, como se a mesma representasse um adjetivo qualitativo;
  • Que chefes sejam simplesmente bons chefes, dotados de aptidões para a liderança (já estaria de bom tamanho), sem as propaladas pretensões rocambolescas de se tornarem “O Líder”, “O Grande Líder” ou quem sabe “O Grande Timoneiro”;
  • Que ninguém seja cobrado para ser politicamente correto, mas estimulado a dizer a verdade, a ser honesto, mesmo que não agrade;
  • Que abandonemos as frases feitas e o pobre lugar comum e os troquemos por cultura e aprofundamento.

Votos para 2015 na política e na economia

  • Que o mundo empresarial abandone a ideia de que a política é lugar apenas para políticos profissionais, sindicalistas, ativistas ou agitadores desta ou daquela tendência, pois é justamente por essa falta de participação e engajamento que vivemos no Brasil absurdos como: a) meses para se abrir uma empresa; b) uma massacrante burocracia permeando a vida empresarial; c) uma legislação trabalhista absolutamente antiquada e desestimulante para a geração de empregos formais; d) uma brutal insegurança jurídica, aliada a um panorama regulatório que está entre os mais complexos, instáveis e disfuncionais do mundo; e e) a maior carga tributária do planeta, sem retorno equivalente em benefícios públicos;
  • A compreensão de que engajamento e participação crítica nos debates públicos que envolvem a iniciativa privada, persistência e tenacidade serão os únicos e grandes aliados para conquistarmos relevância na competitividade internacional;
  • Que possamos contar com o contraditório provocado pela instituição da “oposição política” (calma, aqui o desejo vale para todas as esferas: municipal, estadual e federal), porque sem ela não há a construção do debate de ideias. Que possamos evitar o viés puramente ideológico que torna-se verdade absoluta – e sabemos muito bem que fora o bom senso econômico, ideias fixas e envoltas no manto da falsa superioridade moral e blindadas do bombardeio crítico geralmente resultam em “pibinhos”, catástrofes econômicas e prejuízos para o desenvolvimento social;
  • Que de uma vez por todas paremos de atacar o senso de ambição/competição, pois na maioria das vezes, nos frigir dos ovos, ele faz muito mais do que se imagina pela tão aclamada e perseguida justiça social.

Veja você, nobre leitor, que os votos são ousados, mas sinceros. Que seja um grande ano. Ufa! Feliz 2015 e até o próximo.

Foto “Businessman with a puzzle”, Shutterstock.

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