Os preços ao produtor no Brasil recuaram pela sexta vez seguida em julho, marcando a primeira vez em que apresentam deflação por seis meses consecutivos e atingindo a taxa mais baixa em 12 meses desde o início da série histórica em 2014.
De acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Produtor (IPP) recuou 0,82% em julho na comparação com junho.
O resultado levou o índice acumulado em 12 meses a uma queda de 14,07%, menor nível desde o início da pesquisa.
“Uma das explicações é a queda do dólar. Com isso, o preço em real do produto exportado diminui e, ao mesmo tempo, o custo das matérias-primas que são importadas também fica menor”, explicou Murilo Alvim, analista da pesquisa no IBGE.
Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 16 tiveram queda de preços na comparação mensal. A maior influência partiu da queda de 1,36% dos custos de alimentos.
“Além do dólar, há uma tendência de queda em diversas commodities. Com isso, o setor de alimentos apresentou maiores reduções nos grupos de carnes e laticínios, explicadas pela diminuição do custo de aquisição de commodities como o milho e soja, que são os principais componentes da ração para os animais”, disse Alvim.
Entre as grandes categorias econômicas, todas tiveram queda em julho. Os preços de bens de consumo caíram 1,19%, enquanto os bens intermediários recuaram 0,63% e os bens de capital tiveram queda de 0,42%.
O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.
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