O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reunirá com o líder chinês, Xi Jinping, para conversas em Pequim em outubro, informou a Rússia nesta terça-feira, a primeira viagem pública de Putin ao exterior desde que um mandado de prisão foi emitido contra ele pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) devido a uma acusação de deportação de crianças ucranianas para seu país.
Nikolai Patrushev, um aliado próximo de Putin e secretário do Conselho de Segurança da Rússia, disse que os dois países devem aprofundar a cooperação em face da tentativa do Ocidente de contê-los.
Patrushev foi citado pela agência russa de notícias Interfax como tendo dito que as discussões em Pequim serão “completas”, em meio a uma reunião em Moscou com o principal diplomata da China, Wang Yi.
Putin participará do terceiro Fórum da Nova Rota da Seda após um convite de Xi durante uma visita de alto nível a Moscou em março.
Dias antes dessa visita, o TPI emitiu um mandado de prisão contra Putin por suspeita de deportação ilegal de centenas de crianças ou mais da Ucrânia.
Moscou nega as alegações e o Kremlin disse que o mandado é uma prova da hostilidade do Ocidente contra a Rússia, que abriu um processo contra o promotor do TPI e os juízes que emitiram o mandado.
A invasão da Ucrânia pela Rússia no início do ano passado desencadeou um dos conflitos europeus mais mortais desde a Segunda Guerra Mundial e o maior confronto entre Moscou e o Ocidente desde a Crise dos Mísseis de Cuba em 1962.
O comércio sino-russo disparou desde a invasão, e a Rússia tem vendido às potências asiáticas, inclusive à China, volumes maiores do petróleo que não pode mais vender ao Ocidente devido às sanções impostas por EUA e Europa.
Putin visitou Pequim pela última vez em fevereiro de 2022, dias antes da invasão, onde ele e Xi anunciaram uma parceria “sem limites”. No entanto, Moscou afirma que isso não significa uma aliança militar.