O blogueiro Cabianca resolveu dar uma balançada na blogosfera nacional ao colocar em pauta a responsabilidade e sua presença no dia-a-dia de todos nós. Considerada a enorme importância dos blogs no país, qual deve ser a conduta correta ao escrevermos um artigo? Será possível transmitir credibilidade ao leitor, ainda que sejamos players tidos como “virtuais”? Será esse o papel da responsabilidade quando se fala em “blogar”? O Ricardo quer minha opinião. Ai ai ai, quanta responsabilidade!
Sou dos que acredita na liberdade com responsabilidade. Soa um pouco poético, eu sei, mas na prática é algo realmente simples: agir com discrição, respeito e sinceridade é o que costumo fazer. O resultado sempre é fruto da atitude diante dos obstáculos e oportunidades que se desenham pelo caminho. A responsabilidade consiste em preservar seus valores, mesmo diante de uma mágica virada ou de um trágico final. Responsabilidade é o compromisso com seus princípios e com o próximo. Mesmo com esse jeitão de auto-ajuda, assim procuro viver (e escrever).
Quando escrevemos, estamos exercendo um dos mais puros e sinceros direitos de expressão. Mais, estamos transformando uma linha de raciocínio, uma mistura de experiência, conhecimento e expectativa em um artigo, um post ou um livro. Passamos às palavras e nelas nos apoiamos para que mais um leitor possa nos conhecer. E com isso temos a rara e única oportunidade de aprender. Portanto, responsabilidade ao escrever não tem nada a ver com as palavras escolhidas para o texto, mas com a sinceridade transmitida através delas.
Uma opinião é uma opinião (duh!) e ela não precisa ser unânime. Aliás, melhor que ela não seja. As pessoas têm todo o direito de gostar do meu, do seu texto. Mas também podem discordar, ignorar. Como definir o que é responsável ou não diante da possibilidade de escolha dada ao leitor? Bom senso, humildade e respeito costumam colaborar para com a elaboração dessa resposta. Fatos são acontecimentos irrefutáveis, mas completamente vagos diante das crenças e valores de cada um. Ainda que algo seja provado, posso querer não acreditar. Ou não posso?
Então os fatos também não são referências para um índice de responsabilidade, se é que tal placar deva existir. Aparecem os aclamados Probloggers, merecedores de todo meu respeito. Pra mim, isso é sinal de que alguns se destacaram diante de tantas opções. E com esse fenômeno um erro comum acontece: suas palavras tornam-se referência, muitas vezes fonte única e de alta prioridade diante das decisões do dia-a-dia. É responsável de nossa parte acreditar só naqueles com melhor pagerank?
Ser responsável não deveria ser um dever de todos, como cidadãos que somos? Agir pelo bem de todos, respeitar a individualidade do outro, não ofender, cumprir aquilo que prometemos, não deixar os outros esperando, isso tudo não deveria ser característica padrão de todos nós? Não. No caminho inverso, projetamos o ideal de responsabilidade no outro, no “fera”, no irmão, no pai, na família. Mas o que nós fazemos reflete o ideal encontrado no que nos serviu de inspiração? Ou é bonito ser “responsável” sem saber definir o que é responsabilidade?
Depois de tanto escrever, minhas palavras ainda continuam sendo apenas minha opinião. E como tal, podem ou não transmitir responsabilidade. Nenhuma escala será capaz de definir o quanto sou ou deixo de ser responsável. Não acredito que a responsabilidade tenha a ver com o mínimo que a “sociedade” costuma cobrar. Viver a vida de forma honesta, sincera e assim escrever são suficientes para mim. Convenhamos, julgar não adianta nada. Enquanto eu puder ler e escrever, serei sempre um crítico. Ah sim, um crítico responsável.
Eu deveria estar falando da responsabilidade quando lemos ou escrevemos um artigo. Desculpe Cabianca, acho que falhei com seu ideal de continuidade do meme. Será que fui irresponsável? Nós, blogueiros, deveríamos nos preocupar mais com a aparente responsabilidade ou com a real responsabilidade, esteja ela on ou offline? Parece-me que ser responsável facilita a dura missão de transmitir credibilidade através das palavras. Como bem adiantou o Ricardo, quem é formador de opinião precisa zelar por sua reputação.
Ufa. Acabou! Caro leitor, acabei escrevendo demais. Eu não seria honesto se simplesmente malhasse os textos “irresponsáveis” que vejo por ai. Como crítico responsável, isso seria irresponsabilidade de minha parte. E você, como vê o tema responsabilidade na blogosfera, na mídia? Comente o artigo, gostaria de conhecer sua opinião. Quero aproveitar e convidar o Bruno Alves, o Fernando, a Luciana, o Cadu e o Christian para falar sobre isso. Que tal?