As recomendações negativas para empresas brasileiras devem desacelerar no segundo semestre deste ano, diante da expectativa de avanço da oferta de crédito e melhora gradual na atividade econômica, disse a agência de classificação de risco Fitch Ratings nesta quarta-feira.
A agência já rebaixou a classificação de 25 empresas até agora este ano, superior ao acumulado nos anos de 2021 e 2022.
No entanto, a Fitch acredita que há fatores-chave entrando em jogo que devem aliviar as pressões sobre as recomendações das empresas brasileiras e possibilitar um “maior equilíbrio entre rebaixamentos e elevações”.
Entre esses fatores destacam-se a previsão de um contínuo avanço na disponibilidade de crédito e uma melhora gradual na atividade econômica, de acordo com a agência.
A Fitch observa que, embora o ambiente de negócios ainda seja fraco, ele tem mostrado melhorias graduais.
“O progresso na reforma fiscal, o início do ciclo de redução dos juros e a acentuada queda da inflação podem propiciar melhores condições de negócios nos próximos trimestres”, disse a Fitch.
“Esses fatores tendem a favorecer a demanda e permitir gradual recomposição das margens e da alavancagem, principalmente em 2024”, acrescentou.
A agência ainda ressalta que o volume de títulos de dívida de empresas brasileiras com vencimento até o final de 2024 é reduzido e concentrado em empresas com forte classificação de crédito, como “AAA(bra)” ou “AA(bra)”.
Para a Fitch, as maiores preocupações permanecem voltadas para companhias classificadas em categorias “A(bra)” ou abaixo, devido ao “maior desafio para administrar os vencimentos de dívida, especialmente aquelas com exposição ao mercado de capitais”.