Robert F. Kennedy Jr., advogado ambientalista, ativista antivacina e filho do ex-senador, deve anunciar nesta segunda-feira, na Filadélfia, que está desistindo de sua candidatura à presidência pelo Partido Democrata e que concorrerá como independente.
A campanha de Kennedy sinalizou o anúncio no final do mês passado em um vídeo postado no YouTube, prometendo uma “mudança radical na política norte-americana”.
A combinação de Kennedy com seus apoiadores com grandes recursos, seu nome famoso e a falta de entusiasmo com o principal candidato republicano Donald Trump ou Joe Biden, o presidente democrata que busca a reeleição, pode dar um impulso à sua campanha, segundo estrategistas políticos.
Ele poderá atrair o apoio de cerca de um em cada sete eleitores dos Estados Unidos, de acordo com uma pesquisa Reuters/Ipsos divulgada na semana passada, e obter votos que iriam tanto para Biden quanto para Trump.
Em uma reunião do Comitê Nacional Democrata em St. Louis, na semana passada, os apoiodores do partido se mostraram desdenhosos e preocupados.
“Além de seu nome, o que ele tem? Ele é um anátema para o legado de sua família. É uma espécie de desgraça”, disse Ken Martin, chefe do Partido Democrata de Minnesota.
Muitos democratas também apontam para os desafios que os candidatos independentes enfrentam para chegar às cédulas das eleições gerais em muitos Estados, como a coleta de dezenas de milhares de assinaturas.
Outros expressaram cautela.
“Vai ser uma disputa muito, muito acirrada, então cada voto conta”, disse Charles Wilson, presidente do Partido Democrata de Washington DC.