O Kremlin afirmou nesta sexta-feira que os departamentos jurídicos dos bancos ocidentais entendem as “consequências catastróficas” que ocorreriam caso a União Europeia prossiga com os planos de confiscar os ativos russos.
Alguns bancos ocidentais estão fazendo lobby contra as propostas da UE para redistribuir bilhões de euros em juros ganhos sobre os ativos russos congelados, disseram fontes seniores do setor, temendo que isso possa levar a um litígio dispendioso.
Na quinta-feira, líderes da União Europeia concordaram em avançar com o trabalho em um plano para usar até 3 bilhões de euros por ano para fornecer armas à Ucrânia, enquanto tentam reforçar a luta de Kiev contra a Rússia, que ainda possuiria os ativos congelados subjacentes. Os líderes da UE disseram que os recursos poderiam ser usados dentro de alguns meses.
“Ouvimos declarações de Bruxelas de que os recursos de nossos ativos não pertencem a ninguém”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos repórteres. “Isso não é verdade. Eles pertencem aos detentores dos ativos, aos proprietários dos ativos.”
Em resposta à reportagem da Reuters de que alguns bancos temem que possam ser responsabilizados pela Rússia se estiverem envolvidos em qualquer transferência de dinheiro para a Ucrânia, Peskov emitiu um aviso velado.
“O departamento jurídico de qualquer banco entende as consequências catastróficas de tais ações de expropriação de ativos, tanto para o banco quanto para o país como um todo e para a economia europeia”, disse Peskov.
“Se tais decisões forem concretizadas, isso terá consequências muito sérias para aqueles que as tomaram e implementaram.”