O Kremlin disse nesta terça-feira (1) que a expansão do grupo de países Brics será um tópico importante na agenda da próxima cúpula, a ser realizada na África do Sul, de 22 a 24 de agosto.
Os membros atuais do Brics são Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A África do Sul afirmou no mês passado que mais de 40 outras nações manifestaram interesse em ingressar no grupo, que busca compensar a hegemonia percebida do Ocidente liderado pelos Estados Unidos nos assuntos globais.
“Este é um tópico muito importante porque vemos que mais e mais países estão fazendo declarações sobre sua intenção de ingressar no Brics”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em um briefing.
Embora reconheça “nuances” dentro do atual grupo de cinco nações sobre a expansão de seus membros, Peskov afirmou que o fato de tal debate estar ocorrendo “atesta o grande potencial da associação, (sua) crescente autoridade”.
A Rússia tem impulsionado os laços econômicos, militares e outros com China, Índia e vários Estados africanos e latino-americanos depois que Moscou lançou operações militares em grande escala na Ucrânia em fevereiro de 2022, o que provocou sanções econômicas ocidentais.
A Rússia será representada na cúpula pelo ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, não pelo presidente Vladimir Putin.
A África do Sul estaria legalmente obrigada a prender Putin se ele comparecesse, sob um mandado emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por supostos crimes de guerra cometidos pela Rússia na Ucrânia. A África do Sul é membro do TPI.
Moscou afirma que o mandado, que acusa Putin do crime de guerra de deportar crianças indevidamente da Ucrânia, é legalmente nulo, já que a Rússia não é membro do TPI.
O país não escondeu um programa pelo qual levou milhares de crianças ucranianas para a Rússia, mas diz que é uma campanha humanitária para proteger órfãos e crianças abandonadas na zona de guerra.
O Kremlin disse que Putin fará uma videochamada para a cúpula do Brics.