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Seja o protagonista de sua vida: carta para um amigo jovem – Parte 1

by Sandro Borges
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Seja o protagonista de sua vida: carta para um amigo jovem – Parte 1Se eu pudesse escrever algo que servisse de bússola para alguém achar seu rumo na vida ou se eu pudesse produzir informações que gerassem conhecimento para ajudar alguém a se planejar e viver sua vida com dinamismo, sucesso e felicidade, eu escreveria para um amigo jovem.

Recentemente, fiz 47 anos e confesso que estou vivendo um tempo de reflexão, de descobertas, de constatação e de buscas. Já tenho respostas para muitas perguntas, mas ainda tenho perguntas para muitas respostas que vou construir.

Preparei dois textos sobre as mudanças que vivi e hoje publico a primeira parte, em que abordo os temas da vida que são importantes em nossa formação. Na sequência, em outro dia, publicarei um pouco mais sobre minha história e uma proposta de qualidade de vida para colocarmos em prática em qualquer fase de nossas vidas.

Viver é um grande desafio

Vivo uma certeza: preciso construir todo dia a vida que quero viver agora e no futuro, mas ainda há momentos de incertezas e de dúvidas por falta de previsibilidade, falta de planejamento e por não ter tido um guru financeiro. Felizmente, tive um pai amigo, uma esposa dedicada, uma mãe amorosa, como tive um guru espiritual, estes todos que edificaram o cara que sou hoje.

Faltou alguém lá atrás que, em minha juventude, apontasse alguns caminhos, algumas possibilidades. Alguém que interpretasse alguns sinais do mundo e me convidasse a ler o resumo ou a sinopse, alguém que me preparasse, essencialmente, para as questões financeiras.

Esse passado não é capaz de produzir qualquer resultado prático em minha vida, a não ser confirmar que quem não planeja seu futuro vive um presente cansativo, enfadonho, estressante, batendo a cabeça ora aqui, ora ali, tentando viver uma vida digna e feliz.

Estamos formando jovens preparados para a vida?

Descobri recentemente, ao ler uma revista, que no Brasil o modelo da educação contribui para formar cidadãos com preguiça mental, que não gostam de ler, não se esforçam para adquirir conhecimento e apenas vão às aulas para conseguir a média de pontos para serem aprovados.

Não quero abordar aqui que há honrosas exceções. Não quero falar das exceções, mas de um modelo de educação de massa, falido, que não produz estudiosos, pesquisadores, cientistas, inventores, produtores, protagonistas e educadores de verdade.

Em alguns países, onde a educação é administrada como um bem valioso, os jovens são instigados e provocados para que sejam criativos, inventivos e produtores. No ensino médio, já produzem seus inventos, suas empresas e seus produtos. É nas feiras de ciência que aparecem os alunos com suas criações: telefones, rádios, computadores, softwares etc.

Será que eles são mais inteligentes do que os jovens brasileiros? Eu digo que não. É que eles recebem estímulos desde a infância para serem protagonistas, autônomos, para serem empreendedores e criadores. Esse é o modelo de educação europeu, americano e de alguns países asiáticos.

Os jovens são orientados por uma cultura em que as perguntas são muito mais importantes que as respostas. Onde é muito mais importante a imaginação, a criação, do que um diploma de curso superior. Os estudantes são desafiados o tempo todo a acharem soluções para questões simples, do cotidiano, e isso desperta em cada um o gênio criativo.

Querem exemplos? Posso citar alguns ícones, nem todos concluíram a faculdade: Henry Ford, que inventou um jeito de produzir os automóveis em série; Bill Gates, que na adolescência escreveu programas para o jogo Atari e depois fundou a Microsoft, que é uma das empresas mais lucrativas do mundo; e Steve Jobs, que fundou a Apple, a empresa mais valiosa do mundo.

Posso citar tantos outros: Mark Zuckerberg, criador do Facebook, a rede social que uniu as pessoas; Tim Berners Lee, o inglês que inventou a World Wide Web – a Internet -, que mudou o mundo criando o ambiente online, a possibilidade do tráfego de informação e arquivos de modo rápido. Veja como isso encurta distâncias!

Por que muita gente “não dá certo”?

Mas não é esse o foco desse breve texto. Dirijo-me a um amigo jovem brasileiro, por entender que no contexto que ele se encontra, dificilmente produzirá resultado muito diferente do meu. É porque ele é incompetente, desatento, indisciplinado? Não!

Esse jovem foi ou está sendo educado para ser um bom empregado em uma grande empresa ou conseguir um emprego público. Quando muito, está se preparando para ser um profissional liberal, médico, contador, advogado etc. Com um pouco mais de talento, ele poderá ser um microempresário, que sofrerá as angústias de ser patrão, trabalhando 12 horas por dia, produzindo algo em um país com carga tributária elevada e injusta.

Poderá vir a ser um grande empresário de sucesso, mas isso seria exceção, e eu não estou retratando as exceções. Quero focar e me comunicar com o jovem educado nessa escola brasileira que não o ajuda a despertar o ser inventivo e protagonista que há dentro dele.

Insisto nisso. O jovem brasileiro frequenta a escola por vários anos e em nenhuma etapa abordam temas como inventividade, criatividade, protagonismo, educação financeira e tantos outros. Temas que são cruciais, que podem determinar o modo como ele viverá sua vida no presente e no futuro. Recentemente, alguns desses temas foram incluídos no currículo escolar, mas ainda não são ensinados em larga escala.

Esse é o ponto-chave desta nossa conversa: tratar dos temas criatividade, inventividade, protagonismo, liderança, empreendedorismo, educação financeira e planejamento. Esses assuntos poderiam render um livro, quem sabe ainda o escrevo. Por enquanto, bastam essas poucas linhas.

Defina com atenção suas prioridades

Aprendi recentemente, depois de cometer muitos erros, que esses temas são de grande importância na formação das convicções e certezas na vida de qualquer pessoa, em especial a educação financeira.

Paguei muitos juros para bancos, trabalhei para muitas empresas que nem sempre valorizaram minha prestação de serviço. Em resumo, passei muito tempo nesse ambiente onde a gente trabalha, trabalha, trabalha e não consegue fazer poupança. Consegue comprar com muito esforço uma casa, um carro e pagar longas prestações.

Hoje, eu escrevo para você, meu jovem amigo. Eu lhe desejo um presente e um futuro mais prósperos, mais ricos, mais inventivos, mais criativos. Eu lhe desejo uma vida de riqueza, de saúde, com um grande relacionamento e onde você possa contar com uma grande rede de amigos (os do mundo online e os do mundo off-line).

Quero apenas lembrar que seus amigos do Facebook, do Twitter e das redes sociais são de carne e osso. Não se esconda atrás de bits, não seja um “bitolado”. Não faça de seu quarto o seu mundo. Sempre é bom sair, ver gente nova, bater um papo, namorar, olhar nos olhos e trocar um aperto de mãos.

Só que, para viver essa vida próspera, de sucesso, de riqueza e de relacionamentos abundantes você tem que mudar agora a direção de sua vida. Mudar o jeito como você vê o mundo. Tornar-se protagonista de sua estória e escrever no livro de sua vida um projeto novo. Você só conseguirá essa proeza se entender bem o que vou escrever nas próximas linhas.

Mudança de rumo é bem-vinda

Antes, saiba que não sou um economista nem tampouco um guru das finanças. Como o timoneiro que conduz o barco no mar, fazendo as manobras que são necessárias para a correção da rota, mudei o rumo do barco de minha vida a partir de julho de 2010.

Nas férias de julho daquele ano li um livro, “A Bola de Neve”, que conta em 900 páginas a biografia do maior investidor de todos os tempos, Warrent Buffett. O americano tem hoje 82 anos e mais de 60 bilhões de dólares de patrimônio. Tudo isso porque descobriu muito cedo que o segredo é criar seu próprio negócio e trabalhar pouco para os outros.

Estou há três anos estudando e consumindo toda literatura que trata do tema educação financeira. Já li bons livros e ótimos artigos, fiz e faço bons cursos via Internet e, a cada dia, aprendo um conceito novo, um exercício novo, que somados estão produzindo a tão esperada transformação: passei a ter consciência do que é a riqueza, de como me relacionar com o dinheiro e a criar meu próprio negócio, que vai gerar renda para o presente e para o futuro.

O que é ser rico?

Fiz, talvez, a maior das descobertas: ser rico na era digital é ser reconhecido como aquele que produz conhecimento, que agrega valor, que entrega mais por menos, que cuida do outro, que está atento às suas necessidades, desejos e sonhos.

Aprendi que o sinônimo de riqueza é ser famoso. Não essa fama passageira, das capas de revistas, mas a fama produzida e alimentada pelo seu círculo, que reconhece em você um agregador e clica em sua página na internet, em seu site ou blog porque enxerga em você alguém humilde, com vontade de compartilhar o que aprendeu e aprender mais, que adquire sua vídeo-aula, seu e-book sobre culinária ou sobre dicas de moda ou sobre comportamento. Que valida suas idéias ao curtir você no Facebook.

Essa fama, que é a opinião que as pessoas que trafegam pelo mundo online têm sobre você, gera um acúmulo de capital social que só a rede é capaz de produzir em tão larga escala e em tão pouco tempo.

Então, quando você capitaliza esse reconhecimento, essa fama, transformando suas ideias, seus pensamentos, sua criatividade e sua inventividade em produtos, em info-produtos, em info-serviços, recebe em troca grande quantidade de capital monetário, o dinheiro das pessoas de carne e osso que vivem e consomem no mundo offline.

Percebeu a sacada? Visto assim, o dinheiro não é um fim em si mesmo, nem é a maior das riquezas. Ele passa a ser o meio para se atingir um fim, que é ser feliz, viver com conforto, com dignidade e a mola propulsora para se produzir, seja conhecimento, seja produtos que podem mudar o mundo, seja o que for.

Ser rico então é ser grandiosamente conhecido, famoso e reconhecido por seus ensinamentos, suas dicas valiosas, sua entrega de valor, sua inventividade, criatividade, por seu protagonismo, por sua liderança, por suas ideias, suas atitudes e posturas. Pontualidade, cordialidade, solidariedade, aquele que sempre entrega mais do que foi solicitado é rico de verdade.

Demorei 47 anos para descobrir muito disso que escrevi hoje aqui. Espero que você, jovem, possa colocar em prática o que julgar interessante, mas que faça isso logo e aproveite todo o tempo que ainda tem pela frente para construir uma vida mais próspera e rica. Desejo a você muito sucesso.

Foto de freedigitalphotos.net.

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