Enquanto a frágil bancada republicana da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos discute há três semanas sobre quem deve liderá-la, as mulheres do partido têm se mantido nas margens da disputa.
Algumas delas afirmam que essa é uma escolha deliberada, para evitar uma luta brutal, que tem cobrado um preço político de muitos dos principais líderes do grupo.
“Somos mais sábias”, disse a deputada Cathy McMorris Rodgers, ex-presidente da Conferência Republicana da Câmara.
Desde que um pequeno grupo extremista arquitetou a destituição do ex-presidente da Câmara Kevin McCarthy, em 3 de outubro, a bancada passou por várias rodadas de votações nas quais 14 de seus membros não conseguiram reunir os 217 votos necessários para liderar o partido, que detém uma estreita maioria de 221 a 212 assentos na Casa.
As mulheres representam 15% dos membros do Partido Republicano na Câmara — em comparação com 43% entre os democratas — e nenhuma delas se candidatou ao cargo de presidente da Casa até agora.
McCarthy sucedeu a líder democrata Nancy Pelosi na presidência, a primeira mulher a liderar a Câmara, que deixou o comando do partido depois que os democratas perderam sua maioria nas eleições de novembro de 2022.
A deputada Elise Stefanik, a mulher com cargo mais alto na liderança republicana, não entrou na disputa, permanecendo de braços cruzados enquanto observa outros tentarem e não conseguirem unir as facções do partido.
“As mulheres republicanas são inteligentes demais para se envolverem nas travessuras que vêm ocorrendo nas últimas semanas”, disse a deputada Kat Cammack na terça-feira.
A deputada Nicole Malliotakis foi mais direta: “Os homens têm egos, as mulheres têm cérebros”.