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Status: uma praga que pode destruir sua vida financeira

por Ricardo Pereira
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Um dos principais desafios de quem busca alcançar a independência financeira através da educação financeira é controlar o ímpeto de consumo imediato.

Na prática, a coragem traduz-se justamente na ideia de abrir mão do bem que se quer muito agora para tê-lo de forma planejada no futuro, juntando e aos poucos criando fundos de acordo com o que seu bolso atualmente permite.

Infelizmente, o apelo ao consumo imediato parece ser uma verdadeira tortura e hoje em dia e é uma das principais causa do endividamento das pessoas.

O carro, o novo celular ou aquela viagem parecem estar logo ali ao alcance das mãos. E, na verdade, estão! O “X” da questão é aproveitar oportunidades de se pagar menos pelo bem – ou seja, de comprar melhor, o que significa valorizar seu capital e respeitar seu padrão de vida.

Planejamento: uma arma que precisa ser (bem) utilizada

Se você pretende trocar seu celular, pense na troca a partir de hoje e não somente no dia em que acordar decidido a trocá-lo. Em outras palavras, encare o planejamento fator de apoio ao sucesso e à felicidade. Já reparou como a maioria das pessoas se considera mal remunerada?

É verdade que, no Brasil, a renda da maior parte da população é pequena, mas com pouco dinheiro e algum planejamento se pode conseguir muito.

O tamanho do seu bolso deve ser potencializado para que, no futuro, as possibilidades se multipliquem e se transformem em melhores chances de compra e descontos.

Viver sempre com dívidas

Não é nada saudável passar a vida toda destinando grande parte do seu dinheiro para o pagamento de dívidas.

Esse perigoso ciclo pode levar sua família a viver dias terríveis por falta de capital. A questão do “ter ou não ter” tem que dar espaço para as prioridades – algo a que você deve se impor ao longo de sua vida.

Dívidas que hoje são enormes muitas vezes começaram pequenas. Hoje, tudo faz parte de uma enorme bola de neve financeira, que corrói a possibilidade de independência financeira de milhares de brasileiros. Tudo porque esta ou aquela pessoa não soube dizer “não” a si mesmo e alimentou sua incapacidade de lidar com a frustração com um mimo desnecessário.

Status, um preço muito caro para a maioria

O tal do status nada mais é do que um poder valorizado que limita o campo de visão para o imediatismo, para o hoje. Torna as pessoas valiosas pelo que possuem agora e não por aquilo que conquistaram e podem conquistar com o tempo, através de decisões inteligentes, estratégia, método e perseverança.

Quem vive pelo status perceberá, mais hora menos hora, o quanto foi perdido e desperdiçado em sua vida. Como uma praga, a busca pelo status tem o poder de destruir a vida financeira de qualquer pessoa.

A hora de cair na real aparece quando todos aqueles que valorizavam sua imagem simplesmente desaparecem. Nessa hora, a verdade é que sua conta corrente não oferece mais nem a mínima possibilidade de fazê-lo parecer ser o que nunca foi, a ilusão acabou. Agora sua vida é uma bomba relógio em contagem regressiva.

Você se desespera. Pouco poderá ser salvo nesse momento. A conclusão óbvia, mas nada simples é que será muito pior do que começar do zero, pois o vício causado pela questão do “ter agora” deixa sequelas duras em toda as esferas do lar.

Relacionamentos podem terminar; a família pode desaparecer. E isso tudo é sabido, afinal ninguém admite ser interessante dever – e quase todos confessam conhecer as implicações do endividamento.

Então o status pode ser sinal de hipocrisia?

Sim, a busca incessante pelo poder que o status mentirosamente apresenta é um dos sinais mais claros de hipocrisia. Ter mais do que o bolso permite é ser hipócrita e justificar a falta de dinheiro com a necessidade de impressionar quem isso pensa de você.

Ao estudar afundo o tema percebi que existem  algumas boas práticas que podem auxiliar a lidar com esse constante desafio: felicidade financeira versus Status. Tomo a liberdade de compartilhar esses poucos itens que podem ser importante para você:

  • Respeite o dinheiro. Não subestime o poder do dinheiro e sua capacidade de gastá-lo. Reflita mais sobre seus atos financeiros e passe a se preocupar com o aspecto de planejamento de médio e longo prazo;
  • Conheça e viva a SUA realidade. Muitos não admitem viver fora do possível. Isso não é bom. Mas pior são aqueles que sequer conhecem a sua realidade. O exemplo que gosto de usar é: se você ganha R$ 2.00,00 e quer andar num carro de R$ 60.000,00, não dá. O mesmo acontece com alguém que ganha R$ 9.000,00 e quer andar em um carro de R$ 300.000,00. É um passo muito grande e ponto! Passo possível, é verdade, mas perigosíssimo. Viva a SUA vida.
  • Aprenda sobre dinheiro e investimentos. Pare de culpar seu ego ou seu emocional e transforme a desculpa em atitude. Direcione sua energia para a formação de patrimônio cultural e conhecimento. Trate de aprender a lidar com o mercado, suas armadilhas e boas oportunidades. A realização de um desejo passa, obrigatoriamente, pela fase de aprendizado.
  • Tenha um hobbie. Aproveite as horas vagas e faça algo que lhe dê prazer. Divirta-se. É nas horas vagas que surgem as melhores ideias e as oportunidades mais incríveis de autoconhecimento. Experimente.
  • Poupe e pense no futuro. Viver hoje, agora é uma delícia, eu sei. Mas essa história de “amanhã é outro dia” é romântica demais e não combina com estrutura financeira. Uma dívida hoje terá que ser paga amanhã. Não tem choro! Da mesma forma, uma economia hoje pode se transformar em um grande investimento amanhã. O amanhã é o hoje, daqui a pouco. Preste atenção.

Conclusão

De tudo isso, concluo que mais importante do que ter algo é conquistar aquilo que merecemos.

Trocar um futuro promissor e planejado pelo consumo imediato e sem inteligência pode ser um caminho sem volta. E a novidade é que você já sabe disso, mas pode estar simplesmente dando de ombros porque ainda acredita que um dia tudo se resolverá, ou pior, acredita que alguém vai resolver para você. É o que chamo de “comprar esperança”, pagando caro por algo que sequer está à venda. Cuidado.

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