A tal tempestade perfeita para a economia brasileira parece estar se formando no horizonte, a ponto de embolar o processo eleitoral e prejudicar o país nos próximos anos. Como temos afirmado, não temos um projeto de Nação, e sim projeto de perpetuação no Poder, o que prejudica o crescimento e desenvolvimento do Brasil.
O quadro econômico só se deteriora, sem que o governo externamente introjete qualquer culpa por isso, o que dificulta a mudança de nosso modelo econômico populista de elevados gastos públicos, sem qualquer correspondência com o crescimento.
Nesse estágio, gostaria de lembrar alguns pontos:
- O saldo de nossa balança comercial até a primeira semana de abril atinge déficit de US$ 6,5 bilhões, o pior desde que a série é coletada em 1994;
- No mês de fevereiro, o país registrou déficit primário, o que dificulta o atingimento da meta de 1,9% anunciada pelo ministro Mantega, que já era baixa. Há suspeitas que nem isso seja alcançado, até por que temos o comprometimento de aportar recursos nas distribuidoras de energia;
- A produção industrial mensal segue mostrando grande assimetria e os investimentos privados não crescem como participação no PIB;
- Os investimentos externos diretos, que no passado não muito remoto cobriam mais de 100% do déficit em conta corrente, hoje mal alcançam 50% e com tendência de encolher em 2014. O governo acena com fluxo de recursos positivos para o país, mas esses possuem características de “hot money”, para aproveitar juros elevados e achatamento de preços de outros ativos, inclusive ações;
- Convivemos com constante redução das estimativas de PIB para 2014, seja por parte do Banco Central (BC), dos agentes do mercado, ou mesmo a mais recente previsão elaborada pelo FMI, de 1,8%;
- A inflação começa a chegar próxima do teto da meta (6,5%), tendo atingido nos últimos 12 meses 6,15% (até março). O governo não sinaliza que pretende conter gastos e o BC que se vire para domar a inflação, sem ampliar muito os juros diante do crescimento baixo projetado.
Tudo isso ainda é permeado pela crescente possibilidade de racionamento de água e principalmente de energia, situação que poderia reduzir ainda mais o crescimento de 2014, ou mesmo passando para o campo negativo com alguma recessão.
Além disso, a presidente Dilma começa a cair nas pesquisas de corrida presidencial, e isso acaba dificultando mudanças absolutamente requeridas para a economia, com o modelo populista em plena vigência.
Desse jeito, vamos ter que rezar para São Pedro encher nossos reservatórios e pedir ajuda de outros tantos santos que aceitem a empreitada de ajudar o País. Mudanças mesmo somente no pós-eleições ou quando da posse do novo presidente. Será que o país aguenta até lá?
Efetivamente estamos melhores do que no início dos anos 2000, mas a situação vai gradativamente se deteriorando sem expectativas de mudanças no horizonte. Isso é o que parece o pior.
Diante disso, seguimos recomendando prudência em seus investimentos, principalmente em função da volatilidade e imprevisibilidade, exigindo correto posicionamento segundo a propensão de risco e retorno desejada por cada investidor.
Sugiro acessar nosso site Orama.com.br e avaliar opções de aplicações em fundos de investimento e produtos de renda fixa, de acordo com suas características. Bons negócios e até a próxima.
Foto “Ships wheel”, Shutterstock.