Donald Trump é o favorito disparado para superar seus rivais e reivindicar antecipadamente a indicação do Partido Republicano para a candidatura à Presidência dos Estados Unidos em um momento em que os republicanos do Estado norte-americano de Iowa enfrentam temperaturas de arrepiar os ossos nesta segunda-feira para dar os primeiros votos na campanha de 2024.
A posição dominante do ex-presidente transformou a primeira disputa nacional de Iowa em uma corrida pelo segundo lugar, já que tanto o governador da Flórida, Ron DeSantis, quanto a ex-embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, estão buscando um segundo lugar incontestável para emergir como a principal alternativa a Trump.
Uma vitória imponente de Trump em Iowa reforçaria seu argumento de que ele é o único candidato no campo republicano capaz de enfrentar o presidente democrata Joe Biden na eleição de novembro. Isso também significaria problemas para seus adversários, especialmente DeSantis, que apostou a viabilidade de sua campanha no caucus (assembleia de eleitores) de Iowa nesta segunda-feira, despejando recursos no Estado do meio-oeste norte-americano e fazendo campanha em todos os seus 99 condados.
Uma pesquisa divulgada no sábado por um influente instituto de Iowa mostrou que DeSantis ficou atrás de Haley, obtendo 16% dos eleitores republicanos do Estado contra 20% dela, com Trump bem à frente, com 48%.
Para DeSantis, um terceiro lugar poderia ser fatal para suas perspectivas à medida que a campanha se deslocasse para o Estado mais moderado de New Hampshire, onde os republicanos escolherão seu candidato oito dias depois de Iowa. As pesquisas de lá mostram que Haley está diminuindo a vantagem de Trump, enquanto o governador da Flórida continua muito atrás.
Tanto DeSantis quanto Haley expressaram confiança de que superariam as expectativas nesta segunda-feira, embora tenham tido o cuidado de não prever a vitória.
“Tenho um histórico de me sair bem como o azarão… vamos nos sair bem”, disse DeSantis à Fox News no domingo.
“Os únicos números que importam são aqueles em que estamos subindo e todos os outros caíram”, disse Haley à rede. “E isso mostra que estamos fazendo a coisa certa.”
O frio ameaçador que cobre o Meio-Oeste dos EUA, que já forçou as campanhas a cancelar vários eventos no fim de semana, pode diminuir o comparecimento nesta segunda-feira. Diferentemente de uma eleição normal, os caucuses de Iowa exigem que os eleitores se reúnam pessoalmente na segunda-feira à noite em pequenos grupos em igrejas, escolas e centros comunitários, onde votam em segredo após discursos dos representantes das campanhas.
Na trilha da campanha no domingo, os candidatos pediram aos apoiadores que participassem das convenções apesar das condições árticas.
“Enfrente o clima e saia para salvar os Estados Unidos”, disse Trump em um comício em Indianola.
O Serviço Nacional de Meteorologia previu que a temperatura poderia chegar a 43 graus Celsius negativos em algumas partes do Estado.
O controle de Trump sobre seus apoiadores mais leais pode lhe dar uma vantagem se as condições de congelamento convencerem alguns eleitores a ficar em casa. A pesquisa de Iowa divulgada no sábado mostrou que Trump tinha muito mais apoiadores que estavam “extremamente” ou “muito” entusiasmados com a disputa na segunda-feira.
“Trump cria sua própria participação”, disse Brad Boustead, funcionário do Partido Republicano em Urbandale, Iowa, que participou do comício de Trump. “O pessoal de Trump não vai ter medo do clima.”
Historicamente, o Iowa tem desempenhado um papel de grande importância nas campanhas presidenciais devido à sua primazia no calendário de campanha. Os candidatos costumam passar meses se espalhando pelo Estado e se apresentando aos eleitores, e muitas campanhas terminaram depois de uma apresentação ruim ali.
Entretanto, em 2008, 2012 e 2016 — as três últimas disputas competitivas — o vencedor dos caucuses republicanos de Iowa não conseguiu garantir a indicação, em parte porque a grande população evangélica de Iowa significa que o Estado é mais socialmente conservador do que o país como um todo.
Trump tem mantido uma liderança impressionante nas pesquisas nacionais, apesar de enfrentar quatro acusações separadas, incluindo processos estaduais e federais centrados em seus esforços para anular sua derrota nas eleições de 2020 para Biden.
Trump continuou a alegar falsamente que a vitória de Biden foi resultado de fraude eleitoral.