O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, em resposta ao apelo do papa Francisco para que o país mostre “a coragem da bandeira branca” e negocie o fim da guerra com a Rússia, disse neste domingo que Kiev nunca se renderia e falou para o Vaticano prestar atenção especial ao seu papel na Segunda Guerra Mundial.
Francisco fez os comentários em uma entrevista disponível parcialmente no fim de semana. Ele respondeu à sugestão do apresentador que disse que quando as coisas não vão bem para uma das partes num conflito “é preciso ter coragem para negociar”.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, escreveu na rede social X que, em qualquer disputa, a pessoa forte “está do lado do bem, em vez de tentar colocá-los em pé de igualdade e chamar isso de ‘negociações'”.
“Nossa bandeira é amarela e azul”, escreveu Kuleba em inglês, referindo-se à bandeira nacional ucraniana. “Esta é a bandeira pela qual vivemos, morremos e prevalecemos. Nunca levantaremos nenhuma outra bandeira.”
Kuleba também alegou que o papa Pio 12 não tomou medidas necessárias contra a tirania nazista na Segunda Guerra Mundial.
“Ao mesmo tempo, quando se trata da bandeira branca, conhecemos esta estratégia do Vaticano desde a primeira metade do século 20”, escreveu.
“Eu desejo que (o Vaticano) evite repetir os erros do passado e apoie a Ucrânia e o seu povo na justa luta por suas vidas.”
Esta foi uma referência a antigos argumentos de que Pio não tomou nenhuma medida, apesar das evidências que surgiram durante a guerra sobre a extensão do Holocausto. Uma carta tornada pública no ano passado a partir dos arquivos do Vaticano parecia mostrar que Pio foi informado dos detalhes das ações nazistas para exterminar os judeus já em 1942.