O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi preso nesta quinta-feira por flagrante de porte ilegal de arma ao ser alvo de busca e apreensão em operação da Polícia Federal que investiga tentativa de golpe de Estado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, informaram duas fontes da PF à Reuters.
Bolsonaro, que é filiado ao PL, foi alvo de medidas cautelares e teve seu passaporte apreendido na mesma operação. A prisão de Costa Neto não tem relação com o objeto da investigação da PF, mas foi resultado de um flagrante durante a busca e apreensão em Brasília, segundo as fontes.
O presidente do PL foi levado para a sede da Polícia Federal, em Brasília.
As medidas cautelares contra Costa Neto na operação da PF foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito que investiga as chamadas milícias digitais.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou a Moraes a inclusão de Costa Neto na operação justificando que a PF apurou que os investigados teriam usado o comitê de campanha do PL, em 6 de dezembro do ano passado, para fazer ajustes a uma minuta de cunho golpista.
“A partir desses elementos e de outros coligidos nas investigações, a autoridade policial aponta a existência de indícios de envolvimento do Partido Liberal, por meio de seu represente máximo, Valdemar Costa Neto, no esquema que apura”, diz o documento, assinado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.
A prisão de Costa Neto ocorre em meio a movimentos no Congresso para tentar limitar a atuação do STF, com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendendo a aprovação de projetos que propõem a criação de mandatos para os ministros da corte e a limitação de decisões monocráticas.
Procurada, a defesa de Valdemar Costa Neto não respondeu de imediato a pedido de comentário.