Se pudesse saber o que o futuro te reserva, você o faria? Não são poucas às vezes em que nos questionamos se o dia de amanhã será melhor que o de hoje, não é verdade? Em que nos sentamos para refletir pensando se um problema de agora ainda persistirá por muito tempo ou se algumas coisas que tanto esperamos vão realmente ocorrer. Pois é! Nem sempre é fácil esperar! Mas somos humanos, isso é normal. Mas e quando falamos sobre o futuro do mundo, da sociedade, dos mercados?
Se em relação a nossas vidas, falar demais em futuro pode até prejudicar o momento presente (até porque, cá entre nós, são as nossas ações de hoje que gerarão a maior parte do nosso futuro – e falaremos mais sobre isso adiante), quando se trata de pensar em um futuro para o todo, já não acho tão ruim. Na verdade, acho até interessante fazermos alguns exercícios agora para buscar entender os panoramas que virão, de forma que possamos nos adaptar melhor, nos preparar e até diminuir riscos.
Neste artigo vamos falar um pouco sobre futuro e futurologia. A inspiração veio de uma palestra muito legal de Lala Deheinzelin que assisti recentemente. Lala é futurista e considerada uma das 100 mulheres, em âmbito mundial, que estão co-criando a nova sociedade e a economia. Não é legal? Pois bem, e o que faz uma futurista? De forma rápida e simples, vamos dizer que é alguém que estuda e compreende o momento atual para que possa trazer o futuro para o presente. Interessante, não?
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Período de mudanças
Se você está pensando que vivemos em um mundo maluco, onde as coisas mudam o tempo todo e é preciso estar sempre em movimento, é porque de fato é assim que vem acontecendo. Mas calma, tudo indica que não há nada de errado com isso. Segundo Lala, estamos em uma era de transição realmente, e é normal que nos sintamos perdidos sobre tantas coisas.
Antes, a impressão é que as pessoas se sentiam perdidas somente em determinadas fases da vida, como quando se passava da infância para a adolescência ou quando não se sabia se era melhor casar ou comprar a tal da bicicleta. Mas agora.. bem, parece que todo mundo se sente perdido muito frequentemente, e não é à toa.
Mas pense bem: para que algo novo comece em nossas vidas, você já sabe, é preciso muitas vezes que a gente abandone o antigo, que não serve mais. E isso acontece com o mundo de forma geral também. Com tantas necessidades de mudanças, será frequente a quebra de muitos padrões e regras. A destruição de tantas certezas também. Mas como fazer para que não nos percamos em meio a tudo isso?
Economias de futuro e seus padrões
Se tudo muda o tempo todo o que podemos fazer, para começar, é nos apoiar no que não muda, isso falando sobre economia e mercados, tá? Há algumas coisas que sempre vão existir, assim como demandas que sempre teremos. Segundo Lala, há quatro economias de futuro que seguem um padrão, um fluxo. São elas:
- Economia Criativa – onde entram cultura, conhecimento, criatividade, experiências (afinal, os seres humanos sempre terão interessante em conhecer, experimentar, e etc.).
- Economia do Compartilhar – onde entra, como o próprio nome diz, o compartilhamento, seja ele de bens, de espaços, de trabalho, e etc. (veja o que anda ocorrendo atualmente com as companhias como Uber, Airbnb, coworkings de todo tipo e outras).
- Economia Colaborativa – aqui entram os processos em redes, as iniciativas conectadas (veja quantos novos negócios têm surgido com base na possibilidade que a internet oferece de juntar pessoas com objetivos comuns).
- Economia Multivalor – onde entram os recursos e resultados não somente monetários, mas culturais, ambientais e sociais (pense que muita gente hoje já não faz as coisas pensando somente na questão financeira, mas com base em propósitos que façam sentido!).
Bem, você pode ter ficado ainda mais confuso com todos esses pontos, mas é interessante tomar alguns minutos de seu tempo para pensar neles. Se aplicados sobre nossas vidas, relações e dia a dia, também faz sentido refletir e pensar nestes pontos visando a um futuro melhor. Vejamos:
– No campo da economia criativa, a gente já sabe que muito provavelmente o que nos fará mais felizes no futuro são os conhecimentos e experiências acumulados. Não à á toa que existem aquelas pesquisas do tipo: Viajar traz mais felicidade do que comprar. Isso porque as experiências, mesmo quando passam, ficam em nossa memória, e podemos de certa forma revivê-las em pensamento. Portanto, invista em conhecimento e experiências hoje. Você tenderá a agradecer a si mesmo no futuro.
– No campo do compartilhamento, bem, já falamos o quanto é importante compartilharmos, estarmos abertos para ensinar, receber e doar. Tudo que pudermos compartilhar, certamente nos trará consequências positivas.
– No campo da economia colaborativa, da mesma forma que as redes possibilitam a união de pessoas e projetos com obetivos similares, procure na sua vida se unir ao que faça sentido. Some forças com pessoas que tenham a acrescentar, especialmente com relação a sentimentos, energias, força.
– E se tomarmos por base a economia multivalor, é certo que um futuro melhor, que lhe traga orgulho, paz e felicidade, só tenderá a ocorrer se você puder considerar hoje todos os resultados que fizerem sentido dentro de sua caminhada, certo? Pode ser um tempo dedicado a um projeto em benefício de uma causa, um trabalho importante ainda que não remunerado, o tempo passado com a família, aprendizados, e tantas outras coisas.
Veja que o nosso futuro como pessoas também pode tomar como inspiração tantos pontos que servem de base quando se pensa no futuro da economia em si. Interessante, não? Comecemos hoje, portanto, a nos responsabilizar pelo nosso amanhã. Que seja cada vez melhor. E mais feliz!