A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse que a expansão da economia norte-americana precisa desacelerar para uma taxa mais alinhada com sua taxa de crescimento potencial para trazer a inflação de volta aos níveis da meta, já que a economia está operando no pleno emprego.
Ela acrescentou que os desequilíbrios entre a demanda e a oferta no mercado de trabalho diminuíram.
“O crescimento tem que desacelerar. Quero dizer, você quer que o crescimento desacelere, você quer que ele esteja alinhado com o potencial quando você está operando no pleno emprego”, disse Yellen a repórteres nesta terça-feira, à margem de um evento climático.
“É completamente natural e desejável que o crescimento, o ritmo de crescimento, esteja desacelerando.”
Yellen não especificou qual seria essa taxa de crescimento potencial, exceto para dizer que a economia tem crescido acima desse nível.
A secretária do Tesouro também disse que as pesquisas com empresas mostraram que a demanda por mão de obra está mais fraca, o que está ajudando a reduzir o núcleo da inflação.
Sobre a China, Yellen disse esperar que as autoridades chinesas usem seu espaço de política fiscal e monetária para evitar uma grande desaceleração de sua economia, o que limitaria as repercussões sobre a economia dos EUA.
“Pode haver repercussões. Eu não descartaria essa possibilidade”, disse Yellen.
A China, a segunda maior economia do mundo, perdeu força desde o segundo trimestre e mostrou apenas sinais preliminares de estabilização no mês passado com o apoio de medidas econômicas. O país tem procurado cortejar o capital estrangeiro à medida que sua recuperação econômica da pandemia da Covid-19 desacelera diante da fraca demanda externa e da fraqueza do setor imobiliário.
“Acho que os chineses provavelmente usarão o espaço político de que dispõem para tentar evitar uma desaceleração de grandes proporções”, acrescentou ela.
Yellen, que está entre as principais autoridades do governo Biden que visitaram a China recentemente, disse que os Estados Unidos não estão tentando se desvincular da economia chinesa.
Yellen disse que deixou claro para as autoridades chinesas que as restrições dos EUA sobre tecnologia e investimentos externos têm como objetivo proteger a segurança nacional dos EUA, e não prejudicar a modernização da China.