A Suzano (SUZB3) anunciou nesta terça-feira aumento de preço na tonelada da celulose a partir de novembro, aproveitando um quadro que avalia como de demanda aquecida pelo produto na China, de elevação de encomendas na Europa e de estoques em queda em portos.
A companhia vai elevar o preço do insumo essencial para a produção de papel em 50 dólares a tonelada na China e em 80 dólares na Europa e América do Norte, informou a maior produtora de celulose de eucalipto do mundo.
Com o reajuste, os preços da celulose na Europa vão para uma média de 980 dólares a tonelada, e na América do Norte para 1.170 dólares. A companhia não informou o valor final para a China.
No final de agosto, o presidente da Suzano, Walter Schalka, afirmou, durante evento promovido pelo Santander Brasil, que o aumento de 20 dólares no preço da tonelada de celulose vendida à China para setembro levou o valor do produto para cerca de 550 dólares.
Após o reajuste setembro, a empresa aplicou para este mês elevação de 30 dólares na celulose vendida à China.
Sobre a demanda chinesa, a Suzano afirmou que o ritmo de produção de papel tem mostrado “crescimento de dois dígitos em relação ao mesmo período do ano anterior, fomentado por consumo pós-pandemia e crescimento do ritmo de exportação”.
A companhia citou ainda diversas paradas “inesperadas de produção” de celulose em várias regiões do mundo, tanto em fibra curta (eucalipto) como em fibra longa (pinus), “dado níveis de preços (da celulose) abaixo do custo caixa dos produtores de alto custo”, um quadro que a companhia vinha prevendo ao longo dos últimos meses.
Além disso, a Suzano citou que o diferencial de preço entre fibra curta e fibra longa está acima de patamares históricos, “incentivando migração de demanda para fibra de eucalipto”.