A empresa brasileira de energia Eneva (ENEV3) recebeu propostas de interessados em comprar uma participação ou 100% de seu portfólio de geração de energia renovável, disse o presidente-executivo Lino Cançado nesta sexta-feira.
A companhia estava em busca de atrair um sócio para gerar valor e também desenvolver os ativos, mas acabou identificando a possibilidade da venda completa, o que será então avaliado.
O movimento acontece em momento em que há um crescente interesse por investimentos em energia renovável, incluindo de petroleiras como a Petrobras. O executivo não divulgou com quem está negociando.
O executivo frisou que a empresa só avançará com a venda se o preço fizer sentido, acrescentando que não há prazo definido para encerrar as negociações.
“Nós não estamos nos dando uma data fixa para vender, a gente vai vender se tiver uma proposta que chegue pelo o que a gente acredita que é o valor justo”, disse Cançado, a jornalistas, evitando dar detalhes sobre número e perfil dos interessados.
“Tem proposta para o todo e tem proposta para uma parte.”
A Eneva iniciou neste ano a operação o Complexo Solar Futura I, na Bahia, com cerca de 690 megawatts (MW), que recebeu investimentos de 2,9 bilhões de reais.
O projeto pode ser expandido, com os parques Futura II e Futura III, que, juntos, poderão adicionar 2,3 GW de capacidade instalada ao complexo.
O portfólio da Eneva conta ainda com o parque eólico Santo Expedito, no Rio Grande do Norte, para ser desenvolvido.
Acordo com Vallourec
A Eneva anunciou ainda nesta sexta-feira que assinou contrato de geração de energia renovável com a fornecedora de equipamentos para o setor de petróleo, gás e energia Vallourec, que prevê a transferência de uma participação societária no Complexo Solar Futura I, não revelada.
O contrato relacionado ao ativo na Bahia terá duração de 12 anos, iniciados em setembro. No período, a Vallourec irá gerar e consumir parte da sua necessidade de energia, o equivalente a um montante de 29 megawatts médios (MWm) e aproximadamente 25% do consumo total das empresas Vallourec no Brasil. A negociação, segundo a Eneva, foi aprovada, sem restrições, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A Eneva opera ainda ativos de produção de gás natural onshore do Brasil e é uma empresa integrada de energia, que atua até o fornecimento de energia elétrica por termelétricas.
A companhia possui ativos de E&P nos estados do Amazonas, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Goiás. Atualmente, opera 12 campos de gás natural nas Bacias do Parnaíba (MA) e Amazonas (AM).
A Eneva tem um parque de geração com 6,3 GW de capacidade contratada em operação e construção.
Petróleo e Gás
Do lado das iniciativas ligadas a petróleo e gás, Cançado disse que a Eneva tem boas perspectivas para o desenvolvimento de ativos na Bacia do Paraná, onde arrematou quatro blocos na última rodada de oferta permanente de blocos exploratórios da reguladora ANP. A companhia já assinou contrato para a realização de atividades de sísmica, para as quais ainda será traçado um cronograma.
“A próxima fronteira nossa é a Bacia do Paraná… Essa é outra bacia de nova fronteira que não produz absolutamente nada no Brasil e é uma bacia que nós acreditamos ter muito potencial também”, disse Cançado.
Cançado também afirmou que a companhia está inscrita para participar da próxima rodada de oferta permanente de blocos exploratórios, prevista para dezembro.