O dólar (USDBLR) devolveu perdas iniciais e passou a subir frente ao real nesta quarta-feira, conforme investidores aguardavam dados de atividade e inflação dos Estados Unidos possivelmente cruciais para a trajetória de política monetária, um dia depois de comentários mais brandos de uma autoridade do Federal Reserve.
Às 9:48 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,27%, a 4,8860 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,26%, a 4,8850 reais.
O diretor do Fed Christopher Waller, uma voz comumente mais agressiva e influente no banco central norte-americano, disse na véspera que a instituição pode começar a reduzir os juros se a queda da inflação continuar “por mais alguns meses”.
“A informação nova é que um diretor ‘hawkish’ (agressivo contra a inflação) trouxe uma visão diferente do que ele tipicamente fala ao público, o que pode mudar em última instância a postura do próprio Fomc”, disse a Guide Investimentos em relatório a clientes.
No fim da tarde de terça-feira, o dólar e os rendimentos dos Treasuries caíram acentuadamente em reação à fala de Waller, embora se recuperassem nesta manhã conforme operadores evitavam grandes apostas antes dos dados do Produto Interno Bruto dos EUA referentes ao terceiro trimestre, a serem divulgados às 10h30.
Além disso, na quinta-feira, será publicada a crucial leitura do índice de preços PCE, o indicador de inflação preferido do Fed, que tem chances de minar ou reforçar as apostas do mercado de afrouxamento monetário a partir do ano que vem.
Num geral, a perspectiva de juros mais baixos nos Estados Unidos costuma levar a um redirecionamento de recursos para países mais rentáveis, ainda que mais arriscados, como o Brasil.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8730 reais na venda, em baixa de 0,54%.