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Usiminas estuda abafar um dos 2 fornos menores de Ipatinga

Entre 30% e 40% dos contratos da Usiminas no setor automotivo vencem em janeiro, disse o executivo

by Reuters
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A Usiminas (USIM5) está avaliando a possibilidade de paralisar a produção de um de seus dois altos-fornos menores na usina de Ipatinga (MG), sem desligá-los totalmente, diante da situação do mercado interno com importações elevadas e demanda morna, afirmou o diretor financeiro da companhia, Thiago Rodrigues, nesta quinta-feira.

A empresa acabou recentemente de investir 2,7 bilhões de reais na reforma geral do alto-forno 3, o maior da empresa, e pretende usar o ganho de produtividade obtido com a obra para compensar a paralisação de um dos outros dois equipamentos de produção de aço bruto de Ipatinga, disse o executivo, durante conferência online com investidores.

“Com a situação atual do mercado e nível de importação, …não temos perspectivas de aumento de produção (de aço) no momento”, disse Rodrigues. “Em uma configuração otimizada, podemos focar no alto-forno 3, que tem situação melhor de custos agora”, afirmou.

“Com o retorno do alto-forno 3 (após a reforma), a gente consegue manter o nível produtivo atual em dois fornos.”

Os altos-fornos 1 e 2 de Ipatinga têm capacidade anual para cerca de 600 mil toneladas de ferro-gusa cada, enquanto o 3 possui capacidade para 3 milhões de toneladas.

A companhia espera um mercado siderúrgico nacional relativamente melhor no próximo ano que em 2023, marcado por fortes importações, algo que segundo Rodrigues pode já ter alcançado um pico, com os preços internacionais da liga sinalizando atualmente tendência de alta.

Mas os contratos de fornecimento de aço para fabricantes de veículos que vencem em janeiro estão sendo negociados atualmente com uma tendência de queda nos preços em relação a este ano, diante da defasagem com o comportamento de baixa em 2023, disse Rodrigues. Entre 30% e 40% dos contratos da Usiminas no setor automotivo vencem em janeiro, disse o executivo.

(Imagem: Divulgação/ Usiminas)
(Imagem: Divulgação/ Usiminas)

A empresa citou expectativa de um crescimento das vendas de veículos em 2023 da ordem de 5%, mas nesta quinta-feira a associação que representa o setor, Anfavea, divulgou projeção de expansão de 7%.

Custos

A Usiminas deve começar a capturar reduções de custos geradas pela reforma do alto-forno 3 no primeiro trimestre. Rodrigues não citou números, mas afirmou que o trabalho gerou um ganho de produtividade do equipamento acima de 30%, melhor que o esperado, com ganhos de 9% e 20% nos consumos de combustível e coque, respectivamente.

A queda no custo da produção de Ipatinga, porém, ainda não é suficiente para fazer a empresa deixar de comprar placas de terceiros para serem laminadas na usina de Cubatão (SP), disse Rodrigues, citando como razão os elevados custos logísticos de transporte.

A Usiminas deixou de produzir aço bruto em Cubatão em 2016 e manteve a laminação. Desde então, vem analisando alternativas para usina, que segue sendo considerada um ativo “estratégico” por estar próximo do maior mercado do país, o Estado de São Paulo, e por ter porto próprio. Além disso, Rodrigues citou que há “possibilidade de receber um gás muito competitivo”, se referindo às fontes de energia para a usina.

Os estudos de alternativas também envolvem os dois fornos menores de Ipatinga, acrescentou, sem detalhar datas para quando os estudos poderiam ser concluídos.

Na frente de mineração, a Usiminas espera ter até o início de 2025 licenças ambientais para o chamado Projeto Compactos, em que precisará fazer investimentos para conseguir extrair minério de ferro de camadas mais profundas de suas atuais minas.

“Saindo as licenças, temos condição de tomar decisão”, disse Rodrigues. As reservas “friáveis” de ferro da Mineração Usiminas têm previsão de vida útil até 2029, afirmou. “O interesse é muito grande em seguir com o projeto.”

Questionado sobre o investimento previsto pela Usiminas para 2024, Rodrigues comentou que a empresa ainda está trabalhando no orçamento do próximo ano, mas ele afirmou que o montante “será significativamente menor que o deste ano, que foi recorde”. Em 2023, a Usiminas projeta investimento de 3,2 bilhões de reais.

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