A bolsa paulista buscava manter o viés positivo nesta terça-feira, quando agentes financeiros analisam a ata da última decisão de juros do Banco Central, na qual a autoridade monetária reforçou a sinalização de que seguirá cortando a Selic em 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões.
No exterior, os futuros acionários norte-americanos trabalhavam no azul e os rendimentos dos Treasuries recuavam, o que favorecia o pregão brasileiro. No noticiário, o BC do Japão manteve sua política monetária ultrafrouxa, sem sinalizar um fim no curto prazo das taxas de juros negativas.
Às 11:01, o Ibovespa (IBOV) subia 0,6%, a 131.873,06 pontos. Na máxima até o momento, chegou a 131.940,58 pontos, novo recorde intradia. O volume financeiro somava 2,3 bilhões de reais.
Na visão do economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo, após uma semana bastante positiva para os preços dos ativos financeiros no Brasil e no mundo com a sinalização do Federal Reserve sobre a taxa de juros nos Estados Unidos, o mercado financeiro no Brasil entrou em “compasso de espera”.
Ele também ressaltou que, apesar dos avanços recentes, como aprovação da medida provisória que regulamenta subvenções na Câmara dos Deputados e da reforma tributária no Congresso, a questão fiscal continua como principal risco para o bom desempenho da economia brasileira no próximo ano.
Destaques
Vale (VALE3) subia 0,62%, a 74,67 reais, mesmo com a fraqueza dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrando o dia com queda de 0,11%, a 923 iuanes (129,15 dólares) a tonelada.
Petrobras (PETR4) avançava 0,70%, a 36,09 reais, também resistindo ao movimento mais frágil dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent era negociado com variação positiva de apenas 0,12%, a 78,04 dólares.
Itaú Unibanco (ITUB4) ganhava 1,06%, a 33,24 reais, e Bradesco (BBDC4) subia 0,91%, a 17,71 reais.
Engie Brasil (EGIE3) recuava 1,13%, a 43,61 reais, tendo no radar anúncio da véspera de que aprovou valor bruto de 145 milhões de reais em juros sobre capital próprio.
Embraer (EMBR3) perdia 1,71%, a 22,98 reais, no quarto pregão seguido de queda, refletindo ajustes, após acumular até a última quarta-feira uma valorização de mais de 13% em dezembro, considerando os dados de fechamento das ações.
Dexco (DCXO3) avançava 2,98%, a 8,30 reais, ampliando a alta em dezembro para cerca de 14%, favorecida pelo cenário de juros menores no país.
–Casas Bahia (BHIA3) subia 2,05%, a 10,45 reais, após assembleia de titulares de CRIs lastreados em debêntures da varejista aprovar a não declaração de vencimento antecipado dos ativos. Em contrapartida, a empresa pagará prêmio sobre o saldo dos CRIs.
Americanas (AMER3), que não está no Ibovespa, valorizava-se 2,11%, a 0,97 real, perdendo um pouco o fôlego da abertura, quando chegou a disparar mais de 6%, em sessão marcada por assembleia para votar o plano de recuperação judicial da varejista.