A dinamarquesa Maersk e a rival alemã Hapag-Lloyd disseram nesta terça-feira que seus navios de contêineres continuarão evitando a rota do Mar Vermelho que dá acesso ao Canal de Suez, após um ataque no fim de semana contra uma embarcação da Maersk.
As duas gigantes do transporte marítimo estão redirecionando algumas viagens para o Cabo da Boa Esperança, no sul da África, após militantes Houthis do Iêmen começarem a atacar navios de carga no Mar Vermelho. A questão ameaça aumentar os custos de entrega das mercadorias, sob o risco de dar início a um novo surto de inflação global.
A Maersk havia pausado no domingo todos seus transportes pelo Mar Vermelho por 48 horas, após tentativas de militantes houthis do Iêmen de embarcarem no Maersk Hangzhou. Helicópteros militares dos EUA repeliram o ataque e mataram 10 agressores.
A Hapag-Lloyd disse que seus navios continuarão evitando o Mar Vermelho — preferindo a rota pelo extremo sul da África — até pelo menos 9 de janeiro, quando decidirá se continuará redirecionando seus navios.
O Canal de Suez é usado por cerca um terço dos transportes globais de cargas em contêineres. Redirecionar os navios ao sul da África deve custar até um milhão de dólares a mais em combustível para cada viagem de ida e volta entre a Ásia e o norte da Europa.
Os Houthis, apoiados pelo Irã e que controlam regiões do Iêmen após anos de guerra, começaram a atacar navios internacionais em novembro em sinal de apoio ao grupo islâmico palestino Hamas, que trava uma guerra com Israel na Faixa de Gaza.