A bolsa paulista mantinha o viés negativo nesta quarta-feira, acompanhando as principais praças acionárias globais, incluindo os futuros norte-americanos, enquanto agentes financeiros aguardam a ata da última reunião de política monetária do banco central dos Estados Unidos.
Às 11:10, o Ibovespa caía 0,18%, a 132.458,07 pontos. O volume financeiro somava 4,12 bilhões de reais.
Na véspera, no primeiro pregão do ano, o Ibovespa fechou em queda de mais de 1%, com o cenário externo desfavorável referendando ajustes após uma performance robusta em 2023.
“Sem muito apetite a risco, os investidores estão em compasso de espera pela divulgação da ata do Fomc para ajustar suas apostas em relação a quando se iniciará o corte dos juros americanos”, afirmou a equipe da mesa de renda variável da XP Inc em relatório a clientes.
O Federal Reserve divulgará a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) às 16h. O documento refere-se ao encontro de meados de dezembro, quando o BC norte-americano manteve a taxa básica de juros na faixa de 5,25% a 5,50% e sinalizou fim do aperto monetário.
“Na última reunião de política monetária, membros do Fed debateram sobre um começo da queda das taxas, mas há dúvida sobre o ritmo e o período em que o processo se dará”, acrescentou a equipe da XP.
Além da fraqueza nos mercados acionários no exterior, o pregão brasileiro também tinha como pano de fundo a alta nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, com Treasury de 10 anos marcando 3,9857%, de 3,944% na véspera.
Destaques
MRV&Co (MRVE3) recuava 3,26%, a 10,37 reais, em sessão mais negativa para construtoras, com nova alta nas taxas dos DIs. Também no Ibovespa, Eztec (EZTC3) perdia 2,06% e Cyrela (CYRE3) cedia 1,86%. O índice do setor imobiliário, que inclui papéis de empresas de shopping centers, tinha decréscimo de 1,5%.
Braskem (BRKM5) era negociada em baixa de 2,37%, a 20,60 reais, no vermelho pelo segundo dia consecutivo, após forte valorização em dezembro, quando acumulou um ganho de 14,3%. Em novembro, havia subido 19%.
BRF (BRFS3) registrava queda de 2,49%, a 12,92 reais, também no segundo pregão seguido de baixa. No final do ano passado, a BRF anunciou que a Marfrig (MRFG3) tinha aumentado sua participação na empresa para 50,06%. Para analistas do BTG Pactual, esse movimento “simbólico” poderá desacelerar os incentivos da Marfrig para aumentar ainda mais a fatia na BRF.
Vale (VALE3) caía 1,03%, a 76,26 reais, mesmo com a alta dos futuros do minério de ferro pela segunda sessão consecutiva nesta quarta-feira na China, onde o contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange subiu 2,8%, para 1.017,5 iuanes (142,50 dólares) por tonelada.
Petrobras (PETR4) avançava 0,45%, a 37,95 reais, em dia de alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent subia 0,37%, a 76,17 dólares.
GPA (PCAR3) avançava 2,86%, a 4,31 reais, no segundo pregão seguido de alta, tendo no radar assembleia geral extraordinária do varejista de alimentos no próximo dia 11 para decidir sobre aumento do limite de capital visando uma potencial oferta de ações, bem como mudança no conselho de administração.
Weg (WEGE3) valorizava-se 1,20%, a 37,01 reais, após começar 2024 com um tom mais negativo, fechando na véspera com declínio de 0,9%. Investidores monitoram a tramitação do projeto de lei da depreciação acelerada, que analistas do Bradesco BBI avaliam que pode beneficiar a companhia diante de um potencial aumento da demanda por motores elétricos.
Vale (VALE3) subia 0,88%, a 4,58 reais, recuperando-se de queda da véspera, conforme agentes financeiros continuam digerindo números do Banco Central sobre a companhia de pagamentos, bem como contratos com seus acionistas controladores Banco do Brasil e Bradesco sobre prestação de serviços.
Itaú Unibanco (ITUB4) ganhava 0,21%, a 33,59 reais, enquanto Bradesco (BBDC4) subia 0,34%, a 16,79 reais.