A safra 2024/25 do centro-sul do Brasil, com início em abril, possivelmente será quase tão boa quanto a temporada anterior (2023/24), que marcou um recorde, projetou nesta quinta-feira a hEDGEpoint Global Markets.
Em relatório, a empresa especializada em consultoria e gestão de riscos ponderou que um ajuste para baixo na safra 24/25 da principal região canavieira do Brasil pode ser feito, caso chuvas fiquem aquém do esperado e dependendo do que sobrar de matéria-prima do ciclo atual.
A hEDGEpoint disse que um “primeiro palpite” seria uma pequena correção na produtividade parcialmente compensada pelo potencial de cana bisada (a matéria-prima que fica no canavial de uma temporada para a outra).
Isso significaria produção de 640 milhões de toneladas em 24/25, “quase tão bom quanto 23/24”.
O centro-sul havia processado no acumulado da safra 23/24, até 16 de dezembro, 638,4 milhões de toneladas, aumento de 18,29% na comparação com o mesmo período do ano anterior, já uma nova marca histórica para um ciclo completo, segundo a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).
Até o final de março, a moagem ainda será contabilizada como da safra 23/24, ainda que uma grande maioria de empresas já tenha encerrado as atividades.
Algumas empresas retomam os trabalhos no terceiro mês do ano, antes do início oficial da temporada, em abril.
“No entanto, à medida que o tempo passa e a precipitação não se mantém nos níveis médios, talvez seja necessário fazer uma nova estimativa”, afirmou a analista de Açúcar e Etanol da companhia, Lívea Coda, em um relatório.
“Ainda é cedo para dizer, mas os dias perdidos foram mínimos na segunda quinzena de dezembro, o que nos permite esperar que as usinas tenham moído o máximo que puderam, reduzindo o potencial de bisada”, acrescentou.
“Além disso, se persistente, a falta de chuva pode induzir a um desenvolvimento mais fraco da cana.”
Uma possível redução da safra brasileira de 24/25 poderia dar sustentação aos preços do açúcar, principalmente para os contratos de julho e outubro de 2024 na bolsa ICE, disse a hEDGEpoint.
Apesar de as variações recentes no mercado global terem ocorrido com volume reduzido, “um exame do comportamento do spread mensal revela um achatamento da curva entre esses meses”.
Segundo a consultoria, “isso sugere que o mercado continua precificando uma maior disponibilidade, mas já está monitorando as condições da nova safra brasileira a valorização semanal de março e maio foi menor do que a dos contratos de julho e outubro de 2024”.