O Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta terça-feira, pressionado por recuo de papéis ligados a commodities e bancos, em dia de agenda econômica esvaziada e com investidores ainda em compasso de espera pelos dados de inflação nos Estados Unidos nesta semana.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,74%, a 131.446,59 pontos, tendo oscilado entre a mínima de 131.203,45 pontos e a máxima de 132.425,91 pontos durante a sessão. O volume financeiro somou 18,6 bilhões de reais.
Para Luís Moran, head da EQI Research, os relatórios de inflação nos EUA, previstos para quinta-feira, continuam sendo o ponto central de atenção do mercado ao longo desta semana.
O S&P 500 e o Dow Jones fecharam em queda, pressionados por uma alta modesta nos rendimentos dos Treasuries, conforme investidores avaliam o momento e o tamanho de quaisquer cortes na taxa de juros do Federal Reserve em 2024.
“A gente tem olhado mais para exterior”, acrescentou a sócia e especialista da Blue3 Investimentos, Bruna Centeno, afirmando que o sentimento nas bolsas norte-americanas precificou tom mais negativo do Ibovespa.
Sem grandes “drivers” no dia, o recuo de papéis ligados a setores-chave, como commodities e bancos, contribuiram para o desempenho fraco do índice.
Os preços do minério de ferro na China encerraram as negociações diurnas em baixa, corroborando queda da Vale, enquanto a alta do petróleo no exterior não foi suficiente para ancorar as ações da Petrobras.
No cenário local, a questão fiscal permaneceu no radar, com investidores monitorando os desdobramentos relacionados à medida provisória que reonera de forma gradual a folha de pagamento de setores da economia.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta terça-feira que a prorrogação da desoneração da folha foi uma decisão do Congresso e dificilmente uma revogação do benefício avançará no Legislativo.
Destaques
Vale (VALE3) caiu 1,27%, a 73,33 reais, na esteira da quarta sessão consecutiva de queda do minério de ferro.
O contrato de maio mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações diurnas com queda de 0,25%, a 994 iuanes (138,82 dólares) por tonelada, após recuo de 1,1% na segunda-feira.
Petrobras (PETR4) recuou 0,86%, a 38,10 reais e Petrobras (PETR3) caiu 0,55%, a 39,42 reais, com a valorização dos preços do petróleo no mercado internacional não sendo suficiente para sustentar o papel da petrolífera.
No setor, 3R Petroleum (RRRP3) avançou 4,20%, a 28,52 reais e Prio (PRIO3) subiu 1,16%, a 46,28 reais.
O petróleo Brent fechou em alta de 1,9%, a 77,59 dólares por barril.
Bradesco (BBDC4) caiu 2,69%, a 16,30 reais, após Goldman Sachs rebaixar recomendação do papel para “venda”, citando potencial persistência de questões estruturais limitando a capacidade do banco de retomar rentabilidade.
Ainda no setor, Banco do Brasil (BBAS3) perdeu 1,50%, a 54,52 reais e Itaú Unibanco (ITUB4) fechou em variação negativa de 0,06%, a 33,32 reais.
Locaweb (LWSA3) avançou 5,52%, a 6,12 reais, liderando as altas percentuais do Ibovespa, em meio a relatório em que analistas do BTG Pactual citam que a empresa pode apresentar um resultado de quarto trimestre que represente um “ponto de inflexão” para a companhia.
Eletrobras (ELET3) fechou em alta de 1,51%, a 41,68 reais, principal contribuição positiva para o índice.
A companhia informou ao mercado na segunda-feira seu engajamento no processo arbitral que discute a ação direta de inconstitucionalidade (ADI).
Aeris (AERI3), que não faz parte do Ibovespa, saltou 5,88%, a 0,90 real. De pano de fundo, a empresa anunciou na segunda-feira expansão do contrato de fornecimento de pás eólicas com a Vestas para até o final de 2028, podendo gerar receitas adicionais de até 7,6 bilhões de reais ao longo do contrato.
O papel, de baixa liquidez, chegou a 1,02 real na máxima da sessão.