O Ibovespa (IBOV) recuava nesta terça-feira, pressionado por viés negativo dos futuros acionários em Wall Street, com um mercado cauteloso na expectativa por falas do diretor do Federal Reserve Christopher Waller ao longo do dia.
Às 11h02, o Ibovespa caía 0,91%, a 130.326,28 pontos. O volume financeiro somava 2,9 bilhões de reais.
O mercado retomou “a postura cautelosa das últimas semanas” dada a falta de catalisadores para os ativos de risco, afirmou o analista da Terra Investimentos, Luís Novaes.
Segundo Novaes, os investidores norte-americanos estão confiantes de que o primeiro corte de juros nos Estados Unidos acontecerá em março, mas dirigentes do Fed e diversos economistas não demonstram a mesma confiança, em meio aos riscos para a inflação, como a tensão no Oriente Médio.
“Aqui no Brasil não está diferente do que está acontecendo nas bolsas mundo a fora”, afirmou o analista da Toro Investimentos, Helder Wakabayashi, com o cenário sugerindo uma abordagem “risk off”.
Agentes financeiros aguardam comentários do diretor do Federal Reserve Christopher Waller nesta terça-feira, em busca de pistas sobre sua opinião a respeito do momento de flexibilização das condições de crédito.
“A volta do feriado nos EUA realmente tem mostrado esse teor contra risco… Vamos ver o que o Waller vai falar, isso pode, dependendo de como for, trazer um pouco mais de calma para o mercado”, acrescentou Wakabayashi.
Os futuros acionários em Wall Street apontavam uma abertura negativa, enquanto o rendimento dos Treasuries de 10 anos subia 7,00 pontos-base, a 4,0201%.
Destaques
GPA (PCAR3) caía 4,80%, a 4,76 reais, após subir mais de 22% na véspera. De pano de fundo está nova convocação de assembleia geral extraordinária no próximo dia 22 sobre aumento do limite de capital visando uma potencial oferta de ações. Na noite de segunda-feira, o jornal Valor Econômico publicou que o grupo pode adiar a oferta pública primária de ações, citando fontes.
Petrobras (PETR4) caía 0,18%, a 38,51 reais e Petrobras (PETR3) recuava 0,15%, a 39,98 reais, com o arrefecimento dos ganhos do petróleo no mercado internacional. O Brent operava em alta de 0,55%, a 78,58 dólares.
Vale (VALE3) caía 0,77%, a 71 reais, com nova queda do preço do minério de ferro na China e com investidores desanimados após decisão do banco central chinês de pular um esperado corte de juros. O contrato de maio mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China fechou em queda de 0,6%, a 938,50 iuanes (130,65 dólares) a tonelada. CSN mineração (CMNIN3) desvalorizava-se 0,72%, a 6,89 reais.
Itaú Unibanco (ITUB4) recuava 0,48%, a 33,29 reais, enquanto Bradesco (BBDC4) desvalorizava-se 1,20%, a 15,68 reais e Banco do Brasil (BBAS3) perdia 0,28%, a 56,04 reais.
B3 (B3SA3) recuava 0,35%, a 14,08 reais. Na segunda-feira, a operadora da bolsa brasileira divulgou baixa de 13,6% no volume financeiro médio diário negociado no segmento de ações em dezembro na comparação com mesmo período em 2022.
Gol (GOLL4) caía 2,80%, a 6,94 reais, após forte tombo na véspera na esteira de notícia de que a companhia aérea está considerando fazer um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos no próximo mês. No setor, Azul (AZUL4) perdia 4,25%, a 13,06 reais.
MRV (MRVE3) subia 0,76%, a 7,92 reais e Cyrela (CYRE3) recuava 0,87%, a 22,67 reais. Fora do Ibovespa, Direcional subia 0,37% e Tenda tinha acréscimo de 0,39% após divulgarem na véspera prévia operacional do quarto trimestre.