O dólar (USDBLR) alternava estabilidade e leve queda frente ao real nesta terça-feira, com investidores digerindo novos estímulos da China e trabalhando em modo de espera antes da publicação da ata da última reunião do Federal Reserve.
Às 10:15 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,28%, a 4,9484 reais na venda.
Na B3, às 10:15 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,22%, a 4,9520 reais.
Esse movimento estava em linha com a baixa de 0,20% do índice que compara o dólar a uma cesta de pares fortes nesta manhã.
“O que a gente teve de relevante para a semana foi o corte de juros no mercado chinês –foi um pouco maior do que o mercado esperava… e tudo que mexe com a China mexe com boa parte do mundo”, disse Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.
A China anunciou nesta terça-feira a maior redução já registrada na taxa de referência para hipotecas, conforme as autoridades buscam sustentar o mercado imobiliário e a economia em geral.
No entanto, a reação nos mercados globais ao estímulo era muito contida, em meio a temores de que essa medida não seja suficiente para sustentar uma recuperação econômica frágil e um mercado imobiliário em dificuldades. Além disso, alguns investidores interpretaram o corte de juros como uma preocupação maior das autoridades chinesas com a saúde da segunda maior economia do mundo.
Sinal da desconfiança do mercado e limitando a valorização do real no dia, os contratos futuros do minério de ferro caíram para seu nível mais baixo em mais de três meses nesta terça-feira. “Como o Brasil é um país exportador, a pauta de exportação dita muito sobre o preço das moedas aqui”, disse Massote.
Enquanto isso, investidores seguem no aguardo da divulgação da ata do último encontro do Federal Reserve, na quarta-feira, em busca de sinais sobre quando o banco central norte-americano começará a cortar os juros.
“Inicialmente se imaginava maio, mas hoje o mercado já vem precificando, com base nos últimos dados divulgados de inflação, que vieram pior do que imaginado, (início dos cortes de juros em) junho”, disse Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.
“Com esse diferencial de juros Estados Unidos-Brasil versus o risco dos dois países, a tendência é que haja uma fuga de dólares daqui para os EUA, onde tem um mercado mais seguro, e isso acabe puxando o dólar para cima; por isso a gente vê uma tendência de alta do dólar num curto prazo”, completou ele.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9621 reais na venda, em baixa de 0,11%.
Até agora em fevereiro, a moeda norte-americana acumula alta de 0,5%. No acumulado do ano, o dólar sobe 2,3% frente ao real.