O dólar (USDBLR) caía frente ao real nos primeiros negócios desta quinta-feira, depois que o otimismo sobre as ações após os bons resultados da Nvidia contaminou os mercados de câmbio e juros, apesar de a ata do Federal Reserve ter trazido preocupações com um afrouxamento precoce da política monetária.
Às 9:17 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,26%, a 4,9255 reais na venda.
Na B3, às 9:17 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,22%, a 4,9285 reais.
Essa queda estava em linha com a baixa de 0,30% do índice do dólar frente a uma cesta de pares fortes nesta manhã, o que vários agentes financeiros atribuíram ao otimismo no mercado de ações norte-americano.
Na véspera, após o fechamento de Wall Street, a fabricante de chips Nvidia previu um aumento de aproximadamente três vezes na receita do primeiro trimestre devido à forte demanda por seus chips de IA. A empresa, que também superou as expectativas de receita do quarto trimestre, deve adicionar mais de 200 bilhões de dólares em capitalização de mercado.
“As expectativas superiores às antecipadas relativas às vendas da Nvidia impulsionaram os mercados globais, evidenciando o otimismo crescente em relação ao setor de inteligência artificial. Esse fenômeno contribuiu para uma retratação no índice do dólar”, disseram economista da Guide Investimentos em nota.
A euforia nas bolsas internacionais também contaminou o mercado de juros global, com os rendimentos dos Treasuries mostrando queda acentuada.
Isso compensava a cautela desencadeada na quarta-feira após a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve.
No documento, o Fed informou que a maior parte dos membros votantes estava preocupada, na última reunião do banco central norte-americano, com os riscos de cortar a taxa básica de juros cedo demais, com ampla incerteza sobre por quanto tempo os custos dos empréstimos deveriam permanecer no patamar atual.
Recentemente, operadores adiaram as apostas para o início do afrouxamento monetário do Fed, uma vez que os mais recentes dados da economia norte-americana mostraram uma atividade resiliente e uma inflação mais alta do que o esperado, tanto ao produtor quanto ao consumidor.
Quanto mais tempo os juros norte-americanos ficam em patamar elevado, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente, uma vez que a rentabilidade do mercado dos EUA segue atraente. E o contrário também vale: cortes de juros na maior economia do mundo tornam o dólar menos interessante do que pares emergentes de retornos elevados, como o real.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9385 reais na venda, em alta de 0,13%.