A MRV (MRVE3) Incorporação registrou um prejuízo de 10 milhões de reais no quarto trimestre, em resultado impactado por efeitos de equity swap, marcações a mercado e outros efeitos não recorrentes, conforme balanço divulgado nesta quinta-feira.
Excluindo esses efeitos, o lucro líquido ajustado somou 103 milhões de reais no trimestre encerrado em dezembro do ano passado, contra prejuízo de 93 milhões de reais um ano antes.
O prejuízo líquido do grupo MRV&Co, que contempla, além da incorporação (MRV e Sensia), as marcas Urba, Luggo e Resia, foi de 104,96 milhões de reais no quarto trimestre. Desconsiderando os efeitos mencionados, o prejuízo somou 43,40 milhões de reais no período.
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O valor geral de vendas na incorporação somou 2,31 bilhões de reais, um salto de 55,8% frente a mesma etapa de 2022, enquanto os lançamentos recuaram 25,3% na mesma comparação, a 2,07 bilhões de reais, de acordo com relatório de resultados.
O diretor financeiro da companhia, Ricardo Paixão, explicou que o resultado negativo em lançamentos no período reflete uma mudança na abordagem de lançamento de empreedimentos.
“A gente fazia antes o lançamento por empreendimento… e agora a gente faz o lançamento por fases de projeto. Então, na verdade, como a gente havia lançado várias fases anteriormente, a gente não ‘deslançou’ isso lá atrás”, disse o executivo à Reuters. “Na verdade, tem mais projetos sendo colocados à venda do que antes.”
No ano de 2023, as vendas líquidas da incorporação somaram 8,54 bilhões de reais, aumento de 45% contra 2022, impulsionadas por aumentos de preços e volume ao longo do ano, segundo o CFO.
Ele classificou 2023 como um ano de virada. “A gente conseguiu subir mais ainda o preço versus a inflação… com um aumento expressivo de volume.”
No último trimestre do ano passado, a geração de caixa da MRV foi de 131 milhões de reais, versus queima de caixa de mesmo volume no trimestre anterior.
A dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em 12 meses ficou em 4,77 vezes em dezembro de 2023, de 5,26 vezes três meses antes e 7,25 vezes no final de 2022.
“É um patamar ainda alto, mas, na verdade, o que está errado aí não é nem a dívida, o que está errado aí é o Ebitda. A gente ainda está com Ebitda ‘muito amassado’, muito baixo versus o potencial da companhia”, disse.
Ele acrescentou que a companhia está passando por um momento de contratação de uma safra “muito boa” de empreendimentos que irá refletir no resultado gradualmente mais à frente. “A medida que isso vai acontecendo, naturalmente, a gente vai ver o resultado financeiro da companhia melhorar.”