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Dólar salta 1% após dados de inflação dos EUA

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0067 reais na venda, em baixa de 0,50%

by Reuters
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O dólar (USDBRL) passou a subir acentuadamente frente ao real nesta quarta-feira, depois que dados de inflação mais altos do que o esperado nos Estados Unidos elevaram o pessimismo sobre o espaço que o Federal Reserve terá para cortar juros este ano.

Às 10h30 (de Brasília), o dólar à vista subia 1,01%, a 5,0575 reais na venda, revertendo perdas iniciais. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,89%, a 5,063 reais.

Os preços ao consumidor nos Estados Unidos aumentaram mais do que o esperado em março, mostraram dados desta manhã, em meio a aumentos nos custos da gasolina e de moradia, lançando mais dúvidas sobre a possibilidade de o Federal Reserve começar a cortar a taxa de juros em junho.

O índice de preços ao consumidor aumentou 0,4% no mês passado, depois de avançar pela mesma margem em fevereiro, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira. Nos 12 meses até março, o índice aumentou 3,5%. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria 0,3% no mês e 3,4% na base anual.

“Volta esse questionamento: será que vamos ter corte em junho ou (o Fed) vai postergar isso para julho ou para uma próxima reunião? Foi uma virada bem forte do mercado, negativa, depois da divulgação das inflações americanas”, disse Lucca Ramos, sócio da One Investimentos.

Já Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, disse que “a leitura de hoje certamente anda na direção contrária da necessidade de confiança extra no processo de convergência para a meta de inflação que vem sendo declarado pelos membros do Fed desde o início do ano”.

Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, disse não acreditar num arrefecimento do dólar nesta sessão, nem que haja sinais positivos na ata do último encontro do Fed, a ser publicada na parte da tarde.

“Acho que só vai reforçar a tendência de alta que já vinha acontecendo”, disse ele, acrescentando que o fator externo compensou o estímulo positivo que a alta nos preços de commodities como o minério de ferro vinha dando aos ativos brasileiros nos últimos dias.

Quanto menos o Federal Reserve cortar os juros este ano, melhor para o dólar, que se torna mais atraente para investidores estrangeiros quando os rendimentos oferecidos pelo mercado norte-americano –já interessante por ser extremamente seguro– ficam mais altos.

No Brasil, a inflação desacelerou com força em março e atingiu o nível mais fraco em oito meses, com a taxa em 12 meses indo abaixo de 4% pela primeira vez desde julho do ano passado.

O IPCA subiu 0,16% em março, depois de uma alta de 0,83% em fevereiro, ficando abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,25% no mês e marcando o resultado mensal mais fraco desde julho de 2023.

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0067 reais na venda, em baixa de 0,50%.

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