O dólar (USDBRL) passou a cair frente ao real nesta quinta-feira após uma leitura um pouco mais baixa do que o esperado de preços ao produtor dos Estados Unidos, com investidores também ajustando posições depois de na véspera a moeda norte-americana ter saltado em reação a dados quentes de inflação ao consumidor dos Estados Unidos.
Às 10h(de Brasília), o dólar à vista caía 0,19%, a 5,0687 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,06%, a 5,075 reais.
Depois de uma abertura perto da estabilidade, a moeda norte-americana perdeu fôlego em linha com o exterior depois que um relatório do Departamento do Trabalho mostrou que o índice de preços ao produtor dos EUA subiu menos do que o esperado, disse Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora.
O índice avançou 0,2% na comparação mensal em março, contra aumento de 0,3% esperado por economistas consultados pela Reuters. Anualmente, a alta foi de 2,1%, contra expectativa de 2,2%.
Um outro participante do mercado disse que o alívio dos agentes financeiros nesta sessão com o dado vem menos por otimismo em relação a seu impacto na perspectiva de política monetária e mais pelo fato de “não piorar” um ambiente abalado por surpresas para cima na inflação ao consumidor.
Na véspera, dados mostraram que o índice de preços ao consumidor dos EUA aumentou 0,4% no mês passado, depois de avançar pela mesma margem em fevereiro.
Nos 12 meses até março, o índice aumentou 3,5%. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria 0,3% no mês e 3,4% na base anual.
“Com a inflação apresentando piora, a expectativa do mercado de início do corte de juros pelo Fed em junho diminui, o que impacta diretamente os ativos de risco pelo mundo”, disse a Genial Investimentos em nota a clientes.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0786 reais na venda, em alta de 1,44%, uma vez que o mercado já não vê junho como o início provável de cortes de juros pelo Federal Reserve. Operadores reduziram num geral o entusiasmo em relação à flexibilização da política monetária este ano, com as apostas estimando agora apenas cerca de 40 pontos-base em cortes ao longo de 2024, segundo dados do LSEG. Isso está bem abaixo dos cerca de 150 pontos esperados no início do ano.
Quanto menos o Fed cortar os juros, melhor para o dólar, que se torna mais atraente para investidores estrangeiros quando os rendimentos oferecidos pelo mercado norte-americano — já interessante por ser extremamente seguro — seguem mais altos.