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Dólar dispara supera R$ 5,25 com temor sobre saúde fiscal do Brasil

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,96%, a 5,244 reais na venda

by Reuters
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O dólar (USDBRL) avançava com força e chegou a superar os 5,25 reais nesta segunda-feira, estendendo os ganhos depois de na véspera já ter atingido o maior valor de encerramento em mais de um ano, com investidores ainda repercutindo temores sobre a saúde fiscal do Brasil, o Federal Reserve e as tensões no Oriente Médio.

Às 10h07 (de Brasília), o dólar à vista subia 1,12%, a 5,2418 reais na venda. Mais cedo, a divisa norte-americana saltou 1,31%, a 5,2513 reais, maior nível intradiário desde o final de março de 2023.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,96%, a 5,244 reais na venda.

“Nesta manhã caminhamos para o que pode ser mais um dia difícil para o real brasileiro”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, destacando a frustração dos mercados com a decisão do governo de afrouxar a meta de resultado primário para zero para o próximo ano, em uma redução do esforço anunciado anteriormente, que previa superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

“A gente já sabia que (o governo) faria isso, mas o fato de ter feito finalmente começa a destravar uma percepção de que o governo estaria disposto a encorrer em revisões de meta para não ver o gasto ser prejudicado, em vez de controlar o gasto”, explicou Spiess.

“E tem ainda o fato de que a economia lá fora tem dado alguns sinais positivos. Economia mais forte significa maior inflação e, consequentemente, essa maior resiliência inflacionária demanda maior patamar de juros”, completou o analista.

No exterior, vários pares arriscados do real também tinham perdas acentuadas, com destaque para o peso mexicano, que cedia 1,20%. O peso chileno caía 0,80%, enquanto o dólar australiano recuava 0,50%.

Na véspera, dados mostraram alta bem mais intensa do que o esperado nas vendas no varejo dos Estados Unidos em março, mais uma evidência de que a economia encerrou o primeiro trimestre em terreno sólido.

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Quanto menos o Fed cortar os juros diante de uma economia resiliente, melhor para o dólar, que se torna mais atraente para investidores estrangeiros quando os rendimentos oferecidos pelo mercado norte-americano ficam mais altos.

Nesta tarde, investidores ficarão atentos a falas do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, às 14h15 (horário de Brasília), em busca de qualquer sinalização sobre os próximos passos da política monetária.

O departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco citou ainda “apreensão com possível acirramento do conflito no Oriente Médio”, conforme o mundo aguarda uma resposta de Israel ao primeiro ataque direto do Irã contra o país.

Em momentos de tensão geopolítica, o dólar é visto com um porto seguro, de forma que costuma haver picos na demanda.

Operadores também chamam a atenção para o fato de que saltos no preço do petróleo decorrentes do risco no Oriente Médio podem elevar as pressões inflacionárias no EUA, dando mais argumentos para o Fed seguir cauteloso.

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1835 reais na venda, em alta de 1,21%, maior valor de fechamento desde 27 de março de 2023.

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