A Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirmou em comunicado nesta terça-feira ter a expectativa de que a diretoria da Petrobras (PETR3; PETR4) aprove a retomada da operação de fábrica de fertilizantes no Paraná em reunião marcada para quarta-feira.
A unidade tem capacidade de produção de cerca de 2 mil toneladas por dia de ureia e de 1.300 toneladas por dia de amônia, afirmou a FUP.
Procurada, a Petrobras não respondeu imediatamente a pedidos de comentários.
O reinício do empreendimento atenderia a uma das demandas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que busca reduzir a forte dependência do Brasil, uma potência agrícola, de fertilizantes importados.
A FUP, entidade ligada ao PT que representa 12 sindicatos de petroleiros pelo Brasil, lembrou que a fábrica –que operava desde 1982– foi fechada em março de 2020 e incluída no plano de desinvestimento da Petrobras, durante o governo de Jair Bolsonaro.
Reabertura
A reabertura da fábrica está prevista no plano estratégico da companhia para o período 2024-2028 e no Plano Nacional de Fertilizantes.
“Não conseguimos entender a demora em retomar a unidade. O Brasil é um grande produtor agrícola, precisa diminuir a dependência sobre a importação de fertilizantes nitrogenados”, disse no comunicado o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
“Mais do que ser importante para a economia, com geração de emprego e renda da região, a reabertura da Fafen-PR tem relação com a segurança alimentar da população”, adicionou.
Os fertilizantes nitrogenados utilizam geralmente o gás como importante matéria-prima.
Tal insumo geralmente tem preços mais competitivos no exterior, o que mantém outras unidades de nitrogenados paralisadas no Brasil.
Duas unidades de fertilizantes nitrogenados arrendadas pela Petrobras à Unigel estão paradas, aguardando o avanço de negociações com a Petrobras sobre o fornecimento do insumo a preços mais competitivos.
O coordenador-geral da FUP ressaltou ainda que o fechamento da unidade havia provocado a dispensa de cerca de mil empregados. Segundo o comunicado, Bacelar participou na véspera, de audiência no Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre o assunto.